Topo

Esse conteúdo é antigo

Maia espera fim de conflito entre Gilmar e Exército: Não é bom para ninguém

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, falou sobre declaração polêmica de Gilmar Mendes - Adriano Machado
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, falou sobre declaração polêmica de Gilmar Mendes Imagem: Adriano Machado

Do UOL, em São Paulo

14/07/2020 16h04

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou hoje que espera o fim do conflito entre o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e as Forças Armadas.

No último fim de semana, Gilmar fez duras críticas à ocupação de militares em postos de comando no Ministério da Saúde em meio à pandemia do novo coronavírus, em funções antes exercidas por quadros técnicos. O general Eduardo Pazuello, que não tem nenhuma experiência prévia na área de saúde, exerce o posto de ministro interino há 57 dias, sem que o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) dê sinais que nomeará um novo titular. Gilmar disse que a situação liga o Exército a um "genocídio" causado pela covid-19.

"Acho que, nesse momento, a gente tem que tentar baixar a temperatura. Compreendo a reação das Forças Armadas, claro, mas acho que o que ele quis dizer é muito mais uma preocupação pela imagem que o Exército tem do que uma crítica, um ataque às Forças Armadas. Acho melhor que a gente consiga acalmar esse enfrentamento, porque ele não é bom para as Forças Armadas e também não é bom para o Supremo", disse Maia, em entrevista coletiva.

Em resposta à fala de Gilmar, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo de Silva, e os comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha informaram ontem, por meio de nota, que encaminharão uma representação ao PGR (Procurador-Geral da República), Augusto Aras, para pedir "adoção de medidas cabíveis" em relação à fala do ministro.

Hoje, Gilmar divulgou uma nota onde afirmou respeitar as Forças Armadas e disse que seu comentário de que o Exército estava se associando a um "genocídio" na gestão da pandemia no Brasil foi em referência à presença excessiva de militares na pasta da Saúde.

"O ministro Gilmar Mendes tem atuado de forma independente e com boas decisões nos últimos anos. Então, a gente precisa respeitar o ministro e as Forças Armadas e esperar que esse conflito possa estar encerrado rapidamente, já que tanto os ministros do Supremo como as Forças Armadas têm exercido papel importante de forma permanente no Brasil", declarou Maia.

"Eu prefiro que a gente não amplie essa polêmica e que a gente possa continuar tendo um bom diálogo. Acho que, se nos acalmarmos, não colocarmos mais lenha nessa fogueira, a gente consegue tirar esse assunto da frente e vamos ficar com as prioridades, que são o enfrentamento ao coronavírus", finalizou Maia.