Mourão atribui críticas ao 'cidadão Gilmar Mendes' e sugere retratação
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) voltou a comentar hoje as declarações do ministro do STF (Superior Tribunal Federal) Gilmar Mendes, que fez duras críticas à presença de militares em postos de comando do Ministério da Saúde. Mourão atribuiu as falas ao "cidadão Gilmar Mendes", como se elas não fossem uma manifestação de um ministro do STF.
"Não vejo como interferência (no governo), vi o cidadão Gilmar Mendes fazendo uma crítica totalmente fora de propósito ao comparar o que ocorre no Brasil com genocídio", afirmou o vice-presidente em entrevista à CNN Brasil.
"Genocídio foi cometido por Stalin contra as minorias russas, por Hitler contra os judeus, foi cometido na África lá em Ruanda, e outros casos, Saddam Hussein contra os curdos. Agora acho que o ministro exagerou demais no que ele falou", acrescentou Mourão.
No último sábado (11), Gilmar Mendes disse que o "Exército está se associando a genocídio" em meio à pandemia do coronavírus. Mourão já havia respondido o ministro do STF ontem, afirmando que Gilmar "forçou a barra" e "ultrapassou o limite da crítica".
"A crítica do ministro Gilmar Mendes é feita de Portugal, gostaria que ele viesse para cá para fazer as críticas aqui", disse Mourão, lembrando que o ministro do STF disse estar no país europeu quando fez as críticas durante uma transmissão ao vivo pela internet.
Apesar de Gilmar já ter divulgado uma nota explicando sua fala, Mourão acredita que o ministro deveria fazer um pedido formal de desculpas. "Com certeza, se ele tiver grandeza moral, tem que se retratar", concluiu o vice-presidente.
O caso motivou ainda uma nota de repúdio assinada pelo ministro da Defesa, general Fernando Azevedo de Silva, e os comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha. Eles disseram que encaminharão uma representação ao Procurador-Geral da República, Augusto Aras, para pedir "adoção de medidas cabíveis" sobre a fala de Gilmar Mendes.
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