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"Não sou bolsonarista", diz Luciano Hang, defensor do governo Bolsonaro

Luciano Hang (à direita) ao lado de Bolsonaro em convenção do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente tenta fundar - GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO
Luciano Hang (à direita) ao lado de Bolsonaro em convenção do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente tenta fundar Imagem: GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

31/07/2020 08h44

O empresário Luciano Hang, dona da rede de lojas Havan, é conhecido por ser um grande apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desde a campanha eleitoral, em 2018. Hang, porém, negou que seja "bolsonarista como dizem". O empresário prefere ser visto como um "ativista", que briga por uma "economia mais liberal".

"Não sou bolsonarista como dizem", afirmou Hang em entrevista à revista Veja. "Naquilo que o governo fizer certo, vou defendê-lo. Naquilo que fizer errado, vou criticá-lo", disse o empresário, que foi uma das pessoas com contas bloqueadas pelo Twitter na semana passada, em decisão que faz parte do inquérito das fake news no STF (Superior Tribunal Federal).

"Sou um ativista, um patriota, querendo um país livre e com economia mais liberal", disse o empresário, que entrou no ano passado para a lista de bilionários da revista americana Forbes. À época, ele tinha uma fortuna estimada em US$ 2,2 bilhões (R$ 11,3 bilhões).

"Muitos empresários não se envolvem na política com medo de receber represália em qualquer órgão, seja municipal, estadual ou federal. Eu me envolvi para mudar isso e ajudar a reduzir a burocracia para não ficarmos à mercê de um burocrata", afirmou.

"Decepcionado" com bloqueio

No inquérito das fake news, Hang é suspeito de financiar o impulsionamento virtual de publicações contendo notícias falsas e ofensas contra instituições democráticas como o STF. Parte desse material foi produzido ainda durante a campanha eleitoral de Bolsonaro, e por isso o empresário teve seus sigilos fiscal e bancário quebrados no período entre julho de 2018 e abril de 2020.

Mas Hang segue afirmando que nunca divulgou notícias falsas. "Não faço fake news. Estou sendo cerceado no direito de ter as minhas redes sociais", reclamou o dono da Havan, que também teve o celular e documentos apreendidos na investigação.

"Fiquei decepcionado (com o bloqueio). Tenho 8,5 milhões de seguidores. No Código Penal, há diversas formas de você punir alguém que faz alguma coisa errada. Tem calúnia, difamação, danos morais. Eu sou muito atacado por blogs, sites e jornais de esquerda, que falam mentiras sobre mim. E aí processamos cada um. É assim que tem que ser", disse Hang.