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Bolsonaro defende Forças Armadas após matéria sobre intervenção no STF

Do UOL, em São Paulo

06/08/2020 10h30

O presidente Jair Bolsonaro participou hoje de solenidade de promoção de oficiais-generais do Exército, no Clube do Exército, em Brasília, cerimônia realizada anualmente na capital federal. Em seu discurso, ele defendeu as Forças Armadas brasileiras, um dia após matéria da revista Piauí expor que Bolsonaro teve de ser demovido da ideia de mandar tropas para o STF (Supremo Tribunal Federal), em maio.

Bolsonaro disse que esteve em cerimônia semelhante a essa em 1977, em um "retrato que nunca se apagará da minha memória".

"Quis o destino que eu hoje fosse presidente. Me honra grandemente participar de um evento como esse. O que o povo sempre teve das Forças Armadas, além da garantia da lei e da ordem, é a garantia da sua liberdade. Esse é um bem maior que interessa a todos nós. E nessa corrente, o grande elo são as Forças Armadas. Por isso a confiança nessa instituição e minha tranquilidade em conduzir o país ao destino que todos nós queremos", afirmou o presidente.

"Isso tudo passa pela decisão e pelas medidas que os senhores têm a tomar diante deste tempo que participarão como oficiais generais da ativa do nosso Exército. Quero cumprimentá-los, desejar sorte e que Deus sempre esteja ao lado das decisões que vossas excelências venham a tomar", complementou, em breve discurso.

A matéria

A revista Piauí relata detalhes do dia 22 de maio, quando o o ministro Celso de Mello, o decano do Supremo Tribunal Federal, consultou a PGR (Procuradoria-Geral da República) para saber se deveria ou não mandar apreender o celular do presidente e do seu filho Carlos Bolsonaro.

Em uma reunião pela manhã com o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos e Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Bolsonaro, agitado, usou xingamentos e palavrões e anunciou: "Vou intervir".

"Bolsonaro queria mandar tropas para o Supremo porque os magistrados, na sua opinião, estavam passando dos limites em suas decisões e achincalhando sua autoridade. Na sua cabeça, ao chegar no STF, os militares destituiriam os atuais onze ministros. Os substitutos, militares ou civis, seriam então nomeados por ele e ficariam no cargo 'até que aquilo esteja em ordem', segundo as palavras do presidente", descreve a Piauí, em relatos corroborados por quatro fontes..

"Só se eu fosse um rato para entregar meu celular", disse Bolsonaro, reiterando: "Vou intervir".

Quem apaziguou os ânimos foi Heleno: "Não é o momento para isso".

O evento

No evento, 13 novos generais do Exército receberam a medalha da Ordem do Mérito Militar por serviços prestados.

O presidente foi acompanhado por ministros como o da Defesa, Fernando Azevedo, e o do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, além do atual comandante do Exército, Edson Leal Pujol.

Assista ao evento na íntegra: