Jornal: Ex-assessor de Flávio comprou terreno de Bolsonaro em dinheiro vivo
O coronel da reserva Guilherme dos Santos Hudson, investigado no inquérito das rachadinhas e apontado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) como funcionário fantasma do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) na época em que ele era deputado estadual, comprou em dinheiro vivo um terreno em Resende (RJ), em 2008, no valor de R$ 38 mil.
De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na época deputado federal, e Ana Cristina Siqueira Valle, sua segunda ex-mulher, foram os vendedores. Em valores corrigidos pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), considerado o índice oficial de inflação do país, o valor corresponderia atualmente a R$ 71 mil. O coronel é casado com Ana Maria Siqueira Hudson, tia de Ana Cristina.
O imóvel foi comprado por Bolsonaro e Ana Cristina em 2003, pelo mesmo valor que o venderam após a separação. O documento não informa se houve sinal antecipado, nota promissória ou dívidas para pagamentos futuros.
O jornal teve acesso à escritura da compra, que registra pagamento em "moeda corrente do País, contada e achada certa" - designação usada quando a compra é feita em dinheiro, segundo advogada consultada pela reportagem do Estadão.
O imóvel fica num condomínio na cidade onde fica a Academia Militar das Agulhas Negras — Bolsonaro e Hudson serviram juntos na década de 1970.
Segundo o jornal, duas propriedades com o mesmo tamanho - cerca de 560 metros quadrados - são vendidas em sites por R$ 430 mil e R$ 480 mil.
Procurados pela reportagem por meio de seus advogados, Hudson e a mulher não quiseram se manifestar. Por meio de sua assessoria, Bolsonaro informou que não iria se posicionar e Ana Cristina Valle não respondeu.
Investigação
Nas apurações sobre as rachadinhas, o MP-RJ afirmou que o coronel da reserva sacou, em 2018, R$ 15 mil, valor equivalente a 74% do recebido durante os dois meses em que esteve lotado no gabinete de Flávio. Para os promotores, isso corrobora a versão de que ele repassava os valores recebidos para seus chefes.
Ana Maria sacou R$ 430 mil, 43% dos rendimentos que teve como servidora do gabinete.
Segundo o Estadão, a investigação que cita o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) por supostamente empregar funcionários fantasmas atinge um filho, duas noras do coronel, além dele próprio — mesmo sem nunca ter sido funcionário do vereador.
Em outubro do ano passado, com a apuração já aberta do Ministério Público, o oficial da reserva e seu filho foram ao gabinete de Carlos na Câmara Municipal. Uma semana depois, conforme revelou o jornal O Globo, prestaram depoimento às autoridades.
Em nota ao jornal, Flávio Bolsonaro informou que todas as suas operações financeiras e de seus familiares estão dentro da lei. "As informações sobre as compras e vendas de imóveis foram detalhadas junto ao Ministério Público e todos os esclarecimentos já foram dados", afirmou. Carlos Bolsonaro não respondeu.
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