Eduardo Bolsonaro usou R$ 150 mil em espécie para pagar imóveis, diz jornal
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) usou R$ 150 mil em dinheiro vivo para pagar parte do valor de dois apartamentos na zona sul do Rio de Janeiro, comprados em 2011 e 2016, segundo escrituras públicas obtidas por O Globo em cartórios da cidade. Corrigido pela inflação, o valor equivale hoje a R$ 196,5 mil.
A primeira compra, segundo o jornal, foi registrada no 24º Ofício de Notas do Rio em 3 de fevereiro de 2011, três anos antes de Eduardo ser eleito deputado federal. O apartamento em Copacabana, na zona sul, foi vendido por R$ 160 mil — sendo pagos R$ 110 mil por meio de um cheque administrativo e R$ 50 mil em "moeda corrente do país", isto é, dinheiro vivo.
Na escritura, também está registrado que o imóvel foi vendido por um preço inferior ao que a prefeitura avaliava na época: R$ 228.223,64 — cerca de 30% a mais.
Já a compra mais recente foi feita em 29 de dezembro de 2016, quando Eduardo já estava em seu primeiro mandato como deputado federal. Na ocasião, ele foi ao cartório do 17º Ofício de Notas para registrar a escritura de um apartamento comprado em Botafogo, também na zona sul, por R$ 1 milhão.
No documento, consta que Eduardo já tinha dado um sinal de pouco mais de R$ 81 mil pelo imóvel e estava pagando mais R$ 100 mil em espécie. Outros R$ 18,9 mil, segundo registrado, seriam pagos seis dias depois. A maior parte — R$ 800 mil — foi financiada junto à Caixa Econômica Federal.
Ainda de acordo com O Globo, o apartamento tem 102 metros quadrados e fica na Avenida Pasteur, de frente para a Baía da Guanabara.
Mesmo valor pago por Carlos
O valor em dinheiro vivo é o mesmo usado pelo irmão, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), para pagar um imóvel na Tijuca, zona norte da capital fluminense, segundo revelado hoje pelo Estado de S. Paulo. No caso do vereador, a compra foi feita em 2003, quando ele tinha apenas 20 anos.
Corrigido pela inflação, o montante de R$ 150 mil equivale hoje a R$ 366 mil. O apartamento, localizado na Rua Itacuruçá, ainda pertence a Carlos. Nas eleições de 2016, o vereador declarou que o imóvel valia R$ 205 mil.
Carlos Bolsonaro é investigado por suspeita de nomear no seu gabinete funcionários que lhe repassariam, totalmente ou em parte, seus salários. Ao todo, 11 servidores estão sob investigação do Ministério Público. A maioria é ligada a Ana Cristina Siqueira Valle, que não é mãe de Carlos, mas foi casada com o pai do vereador.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), irmão de Carlos e Eduardo, também é investigado por suposta prática de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso das "rachadinhas", quando ainda era deputado estadual. Este processo, em que constam nomes coincidentes com a apuração que mira Carlos, investigadores se debruçam sobre pagamentos em dinheiro vivo feitos pelo parlamentar.
*Com Estadão Conteúdo
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