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João Santana: 'Lula queria ser candidato em 2014 e desestabilizava Dilma'

João Santana, responsável pelas campanhas presidenciais do PT em 2006, 2010 e 2014, em entrevista ao Roda Viva - Reprodução/TV Cultura
João Santana, responsável pelas campanhas presidenciais do PT em 2006, 2010 e 2014, em entrevista ao Roda Viva Imagem: Reprodução/TV Cultura

Do UOL, em São Paulo

26/10/2020 23h22

O publicitário João Santana, responsável por três campanhas presidenciais do PT, declarou na noite de hoje que, em 2014, Lula tinha a intenção de concorrer à presidência da República e que teria sido um dos responsáveis pela "desestabilização de Dilma". A entrevista foi a primeira concedida por Santana desde 2016, quando foi preso em operação da Lava Jato.

O marqueteiro foi o responsável pelas campanhas de Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014).

Era o terceiro mandato [do PT], mas não emendado [do Lula], ele poderia voltar. Ele queria, mas não dizia, nunca falou para Dilma, se ele disse para Dilma, para mim tampouco falou, mas ficava um pouco insinuando, típico do Lula isso... Acho que ele prestou um serviço muito ruim para ele próprio, para a Dilma, para o Brasil nesse sentido
João Santana

Santana definiu que a intenção de se reeleger tornou a candidatura de Dilma "solitária" e que a petista teria sido vítima de fritura pelo padrinho político.

O tempo inteiro Lula não declarava, mas queimava a Dilma. Uma das pessoas, consciente ou inconsciente, que ajudou remotamente a desestabilização da Dilma foi o Lula, sem dúvida alguma. Pela forma disso, ele queria se candidatar e não declarava. Segundo: tinha críticas profundas à condução administrativa naquele momento da Dilma, falava sem parar... Então qualquer empresário que visitava, qualquer político que visitava, ouvia ele falando mal da Dilma. Falava que estava conduzindo de forma centralizadora, equivocada, etc
João Santana

O marqueteiro na Lava Jato

O publicitário João Santana foi acusado, junto de sua mulher, Mônica Moura, de participação em esquema de corrupção envolvendo contratos ilícitos da Odebrecht e da Petrobras que teriam beneficiado o PT.

Os dois foram condenados a sete anos e seis meses de prisão por diversos crimes de lavagem de dinheiro. Ambos tiveram as penas substituídas por 160 dias de prisão em regime fechado após fecharem acordo de delação premiada, homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

O casal admitiu, em mais de uma ocasião, o uso de caixa dois — prática de pagamentos não declarados ao fisco.