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Haddad ironiza após Bolsonaro ganhar prêmio de corrupto do ano: 'Injusto'

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante visita técnica à Ceagesp, na zona oeste de São Paulo - Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante visita técnica à Ceagesp, na zona oeste de São Paulo Imagem: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

30/12/2020 22h33

O ex-candidato à presidência da República, Fernando Haddad (PT), cutucou hoje à noite o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que venceu o prêmio de "Pessoa Corrupta do Ano" pelo Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP), um consórcio internacional que reúne jornalistas investigativos e centros de mídia independente.

Para o petista, Bolsonaro não merecia levantar o prêmio pelo ano de 2020, mas sim pelos "28 anos que a família [Bolsonaro] desviou recursos públicos" do Brasil. Haddad ainda ironizou ao afirmar que o reconhecimento é injusto por ser tardio.

"Muito injusto o prêmio 'corrupto do ano' para Bolsonaro. Por que 'do ano'? A família passou 28 anos desviando recursos públicos. Reconhecimento tardio e parcial", escreveu Haddad, no Twitter.

Hoje, em comunicado, a OCCRP afirmou que o mandatário brasileiro "venceu por pouco" o chefe da Casa Branca, Donald Trump, e o líder da Turquia, Recep Erdogan, devido a seu suposto papel na promoção do crime organizado e da corrupção.

"Eleito após o escândalo da Lava Jato como candidato anticorrupção, Bolsonaro se cercou de figuras corruptas, usou propaganda para promover sua agenda populista, minou o sistema de justiça e travou uma guerra destrutiva contra a região da Amazônia que enriqueceu alguns dos piores proprietários de terras do país", afirmou o OCCRP.

O consórcio destacou a denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, no caso das "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando ele era deputado estadual.

Além disso, ressalto as investigações contra o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), o filho zero dois do presidente, também por um suposto esquema de repartição de salários de assessores, o dinheiro depositado por Fabrício Queiroz e sua esposa, Márcia de Aguiar, na conta bancária da primeira-dama Michelle Bolsonaro e as acusações contra o próprio presidente.

"A família de Bolsonaro e seu círculo íntimo parecem estar envolvidos em uma conspiração criminosa em andamento e têm sido regularmente acusados de roubar do povo", diz Drew Sullivan, editor do OCCRP. "A destruição contínua da Amazônia está ocorrendo por causa de escolhas políticas corruptas feitas por Bolsonaro. Ele encorajou e alimentou os incêndios devastadores", afirma Rawan Damen, diretor do Arab Reporters for Investigative Journalism e um dos jurados do prêmio.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o líder das Filipinas, Rodrigo Duterte, também já venceram a premia