Discutir impeachment de Bolsonaro será inevitável no "futuro", diz Maia
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que será inevitável discutir um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "no futuro". A declaração foi dada hoje em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
"Eu acho que esse tema de forma inevitável será discutido pela casa no futuro. Temos de focar no principal, que agora é salvar o maior número de vidas, mesmo sabendo que há uma desorganização e uma falta de comando por parte do ministério da Saúde", disse Maia.
O presidente defendeu que, neste momento, a prioridade é retomar os trabalhos da Câmara e do Senado, que estão em recesso desde dezembro. Essa foi a justificativa dada por Maia para não discutir e protocolar um processo de impedimento neste momento.
"Nós estamos em recesso, desde março vivemos uma pandemia, da qual a nossa decisão não foi avaliar ou deixar de avaliar impeachment, mas, sim, compreender que a pandemia é a prioridade de todos nós", disse.
Nesta sexta, Maia enviou um ofício ao Congresso Nacional requisitando que os trabalhos das Casas sejam retomados na semana que vem, principalmente depois do colapso no sistema de saúde de Manaus.
Nas mãos do sucessor
Em conversa com jornalistas após a coletiva, Maia ressaltou que não será ele quem decidirá sobre o impeachment, visto que seu mandato se encerra no próximo 1º de fevereiro.
Dessa forma, uma discussão sobre o impedimento de Jair Bolsonaro estará na gaveta do próximo presidente da Casa.
O candidato de Maia, deputado federal Baleia Rossi (MDB), também participou da coletiva de imprensa, mas evitou falar se pautaria ou não um impeachment de Bolsonaro caso fosse eleito presidente da Casa.
"Até o dia 2 de fevereiro, até a eleição, quem faz essa análise é o nosso presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Se Deus me der a oportunidade de presidir a Câmara, eu agirei de acordo com o que diz a Constituição. Qualquer e toda análise será feita dentro dos princípios da nossa Constituição Federal", disse Rossi.
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