'Há vacina, mas sem cronograma. Isso cria insegurança', diz Wellington Dias
O coordenador de vacinas do Fórum dos Governadores do Brasil Wellington Dias (PT-PI), avalia que falta um cronograma para a chegada dos insumos que serão distribuídas no Brasil nos próximos meses. Essa previsão existia antes, mas acabou sendo deixada de lado, disse ele, em entrevista ao UOL nesta quarta-feira (27) sobre o enfrentamento à pandemia de coronavírus.
"Está garantido que haverá vacina, porém, sem um cronograma, isso cria insegurança para a vacinação", afirmou o governador do Piauí.
Ainda hoje, ele tenta remarcar uma reunião com o embaixador da China, Yan Wanming. Tenta também conversar com o Ministério da Saúde para destravar negociações e elevar as doses previstas no Plano Nacional de Imunização.
Hoje, estão planejadas 200 milhões de doses, mas, como são necessárias duas aplicações do imunizante, isso precisaria ser dobrado, avalia Wellington Dias.
O governador lembra que, até junho, está acertada com a Fundação Osvaldo Cruz a entrega de 100 milhões de doses da vacina covishield, e mais 100 milhões da coronavac acertadas com o Instituto Butantã. No entanto, essas remessas deveriam ocorrer à ordem de 30 milhões mensais a partir de janeiro.
Isso não está acontecendo. Em fevereiro, por exemplo, devem chegar apenas 15 milhões de doses, metade do esperado antes.
Por isso, é necessário um outro cronograma, argumenta o governador. "Por muito menos, o poder central já entrou em campo dialogando com a China, assim como fez com a Índia", lembrou Dias.
Queremos que o próprio presidente Jair Bolsonaro, com a diplomacia brasileira, possa abrir esse diálogo com a China, do jeito que foi feito com a Índia."
Wellington Dias, coordenador de vacinas do Fórum dos Governadores
"É a coisa mais importante para o Brasil sair da crise e salvar milhares de vidas humanas após cerca de 220 mil mortes."
Governo federal precisa assinar "compra firme"
Além disso, das 100 milhões de doses da coronavac, falta ao governo federal assinar o contrato referente a 54 milhões de unidades, destaca Dias. Hoje, só há um protocolo de intenções dos imunizantes restantes. Por isso, o Butantã mencionou até exportar a produção se não houver a compra.
Vamos transformar em compra firme ou não? Para transformar em compra firme, precisa dessa decisão"
Wellington Dias
A "compra firme" inclui garantir mais doses de vacina de outras formas.
Dias defende ainda que o governo trabalhe em favor da vacina Sputinik, da Rússia, que é parceira do laboratório brasileiro União Química, além das 42 milhões de doses acertadas com o consórcio internacional Covaxx.
Para o governador, é importante acertar e, se possível, apressar todas essas entregas de vacinas para o Brasil começar a produzir seus próprios imunizantes na Fiocruz, no Butantan e na União Química. Ele menciona a capacidade ociosa de fabricação dos laboratórios da fundação para calcular que, com as três unidades, o país poderia fazer 80 milhões de doses por mês.
Isso seria suficiente para abastecer o Brasil e ainda exportar vacinas. O imunizante da União Química, porém, sequer tem pedido de uso de emergencial protocolado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, apesar das tentativas da empresa.
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