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PT pode desistir de cargo na mesa da Câmara para barrar Marília

A deputada federal Marília Arraes (PT) avalia lançar candidatura avulsa à mesa da Câmara - Reprodução/Facebook
A deputada federal Marília Arraes (PT) avalia lançar candidatura avulsa à mesa da Câmara Imagem: Reprodução/Facebook

Kelli Kadanus

Colaboração para o UOL, em Brasília

01/02/2021 12h46Atualizada em 01/02/2021 13h14

A bancada do PT na Câmara pode desistir de disputar um cargo na mesa diretora para evitar uma candidatura avulsa da deputada Marília Arraes (PT-PE) para um dos cargos. O partido atribuiu ao candidato apoiado pelo Planalto, Arthur Lira (PP-AL) o incentivo para que a deputada registre uma candidatura contra o nome oficial do partido.

Marília anunciou em uma reunião do partido hoje de manhã que vai lançar candidatura avulsa à vaga que o PT terá na mesa diretora. O movimento é incentivado por Lira, para garantir votos de deputados do partido, que oficialmente integra o bloco de Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa.

Deputados do PT ouvidos pelo UOL garantem que não haverá candidatura avulsa no partido e a bancada estuda como fazer isso. Em reunião virtual, 42 deputados do PT votaram contra a candidatura avulsa de Marilia. Houve quatro abstenções e dois votos a favor. O partido ainda vai decidir quem será o candidato à vaga na mesa. Há possibilidade de um acordo com o PCdoB para ocupar o cargo.

O PT deve ter direito à última vaga titular na mesa da Câmara porque Baleia Rossi (MDB-SP) perdeu o prazo para registro do bloco para disputa pela presidência. Ele deve concorrer como candidato independente. O bloco de Arthur Lira (PP-AL) deve ficar com os cinco primeiros cargos na mesa.

Além da presidência da Câmara, a eleição de hoje vai definir outros dez cargos: dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes. A eleição deve começar às 19h.

Articulação pelo impeachment

Parlamentares do PT ainda pressionam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) a aceitar um dos processos de impeachment contra Bolsonaro. Eles argumentam que a interferência do presidente na eleição da Câmara é "inaceitável".

Regimentalmente, Maia pode abrir o processo de impeachment até a escolha do novo presidente da Câmara ocorrer.

Os petistas devem pressioná-lo a abrir o processo até o último minuto. O líder da bancada do partido na Câmara, Ênio Verri (PT-PR), abriu a reunião de hoje dizendo que Maia tinha garantido que abriria o processo hoje.