Como a imprensa estrangeira noticiou as trocas no governo Bolsonaro
Veículos de imprensa internacionais deram destaque às mudanças em cargos-chave do governo de Jair Bolsonaro, que aconteceram na tarde de hoje. Fora do Brasil, as trocas nos ministérios das Relações Internacionais, da Defesa, da Casa Civil, da Secretaria de Governo, da Justiça e na Advocacia-Geral da União foram associadas à crise da pandemia de covid-19.
A notícia brasileira foi associada à situação "fora de controle" da pandemia pela Bloomberg. O Wall Street Journal destacou a "raiva" causada pelo aumento no número de mortos. Já a CNN, além de destacar a situação da pandemia, afirmou que a mudança foi feita para "assegurar lealdade" em meio à crise.
O jornal argentino Clarín escreveu que o presidente Jair Bolsonaro está "encurralado pelo descontrole do coronavírus". A publicação deu destaque para a demissão de Ernesto Araújo, a quem chamou de "polêmico", e se referiu a entraves diplomáticos para a obtenção da vacina para a covid-19 ressaltando que o ex-chanceler tinha um "furioso desprezo" pela China e pela Rússia.
O assunto também foi reportado pelo francês Le Monde. O jornal destacou a surpresa na ação do presidente, apontando que só a saída de Ernesto Araújo era esperada. Como os outros veículos, o Le Monde também chamou a política do governo contra o coronavírus de "fiasco" e relembrou a troca recente no Ministério da Saúde.
A rádio norte-americana NPR foi mais uma mídia a apontar que as trocas de hoje chegaram de surpresa e a analisar o combate ao coronavírus como causador de uma crise política dentro do governo. "Bolsonaro está sob enormes pressões para fazer mudanças", disse o correspondente no Brasil Philip Reeves.
Mais cedo, o jornal britânico The Guardian e o espanhol El País haviam noticiado a saída de Ernesto Araújo, relembrando principalmente a relação diplomática entre Brasil e China.
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