Sarney diz que relatório da CPI será sem ódio, isento e não subalterno
O ex-presidente da República José Sarney (MDB) declarou que o relatório da CPI da Covid será feito "sem ódio" e de modo "não subalterno". As afirmações foram feitas em um vídeo gravado e exibido durante conversa de advogados do grupo Prerrogativas com o relator da comissão de inquérito, senador Renan Calheiros (MDB-AL), neste sábado (8).
"Vou prestar um testemunho", disse Sarney. "O senador Renan Calheiros vai fazer um relatório sem ódio, isento, sem facciocismo, um relatório que não seja subalterno, um relatório que esteja à altura de sua tradição política."
Ao terminar de falar, Sarney perguntou ao senador se ele estava certo. Em resposta, Renan concordou e disse que ele estava "absolutamente certo".
Vamos fazer um reencontro do parlamento com a verdade no enfrentamento da pandemia"
Renan Calheiros, relator da CPI
A transmissão ao vivo teve a participação da deputada Gleisi Hoffman (PT-PR) em outro vídeo gravado. Ela perguntou se existem provas de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu irregularidades ou crimes durante a gestão da pandemia de coronavírus.
Renan disse que não há provas disso. "Ainda não temos como responsabilizar nem o presidente da República e nem ninguém", respondeu. "Estamos apenas começando os trabalhos. Nosso objetivo é fazer revisão nas políticas equivocadas para salvar vidas e, paralelamente, investigar o que é que aconteceu." O relator disse que a apuração tem quer "técnica", "isenta" e "profissional".
Segundo o senador, o que vai ser apurado é "como o governo minimizou a pandemia, como o governo entendia que ela não era letal, não causa mortes, como o governo minimizou o papel da vacina". Para Renan, se houver responsabilidade de Bolsonaro, ele será culpado pelos fatos.
"Eu espero que o presidente da República não tenha responsabilidade com o agravamento do morticínio no Brasil. Espero que a CPI não chegue a tanto. Mas se a CPI chegar, não tenho nenhuma dúvida que ele será responsabilizado, sim."
O senador afirmou que a CPI será um espaço para o presidente trazer explicações ao país. Um dos exemplos que citou são os motivos pelos quais, de acordo com o relator, Bolsonaro "agride" a China, país fornecedor de insumos para vacinas. "Precisamos pôr termo a essa irresponsabilidade", disse Renan.
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