Rodrigo Garcia se filia ao PSDB, visa governo de SP e elogia Alckmin
O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, oficialmente se desligou do DEM e se filiou, hoje, ao PSDB. Na cerimônia de filiação, o novo tucano adotou um discurso de união e elogiou o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), com quem deve disputar as prévias internas do partido para concorrer ao governo do Estado em 2022.
A mudança de Garcia para o PSDB já era esperada tanto pelos integrantes tucanos quanto pelos membros do DEM desde o ano passado. Os líderes do DEM são considerados rivais políticos de João Doria (PSDB), governador de São Paulo.
Políticos do Democratas que conversaram com a reportagem relatam que não haveria clima para apoio a Doria no DEM e, por isso, houve "grande pressão" para que Garcia saísse do partido. Isso porque a ideia de Doria é lançar Garcia para concorrer as eleições de 2022 para o governo de São Paulo, enquanto o atual mandatário paulista pavimenta o caminho para se candidatar à Presidência da República.
A chegada de Garcia causou incômodo no grupo próximo do ex-governador Geraldo Alckmin, que quer concorrer ao Palácio dos Bandeirantes em 2022. Entusiastas da candidatura do ex-governador ressaltam a boa colocação de Alckmin em pesquisa divulgada em abril, na qual ele aparece empatado na liderança com o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB).
Até o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), e seu entorno, que antes eram mais próximos de Alckmin, estariam apoiando nos bastidores a candidatura de Garcia, o que também teria desagradado o ex-governador. Ontem, Rodrigo Garcia visitou o prefeito no Hospital Sírio Libanês, onde ele está internado em tratamento contra um câncer. Os dois publicaram uma foto do encontro no Instagram.
Em seu discurso após assinar a filiação, Garcia, no entanto, fez um aceno a Alckmin. "Ele é uma figura importante que me ajudou. Obrigado, Geraldo, pelas oportunidades que você me deu", disse Garcia, que trabalhou em secretarias estaduais na gestão do ex-governador.
Quando questionado sobre a candidatura ao governo estadual, Garcia, novamente, acenou a Alckmin. "Parafraseando Alckmin: Ano par é ano de discutir eleição. Ano ímpar a gente trabalha. No momento certo vamos olhar o futuro", disse.
De olho nas eleições de 2022
Quem se anima com as eleições em 2022 cada vez mais é João Doria, cujo caminho para ter o nome na urna pelos tucanos em 2022 não será fácil. Primeiro, o governador terá de vencer as prévias do PSDB, marcadas para o mês de outubro deste ano. O atual governador do Rio Grande do Sul, o tucano Eduardo Leite (PSDB), e o senador Tasso Jereissati (PSDB) devem ser seus adversários no pleito interno.
Internamente, a equipe de Doria não vê chance do governador desistir de se candidatar à Presidência. Desde o ano passado, o tucano assumiu um antagonismo público contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pretende usar a compra da vacina CoronaVac como trunfo político no pleito presidencial. Nas eleições de 2018, entretanto, os dois se apoiaram.
Indagado sobre as próximas eleições presidenciais, Doria ressaltou que primeiro deve disputar as prévias e também fez elogios a Alckmin, em tom de reconciliação. "Aprendi a defender as prévias com Geraldo Alckmin, que me ensinou a valorizar as prévias. Ele, como fundador, ensinou que as prévias ajudariam a fortalecer o PSDB. Não posso me opor, cada voto é um voto", afirmou.
De saída do DEM, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, elogiou a ida de Garcia ao PSDB. "Vai ter um papel fundamental a partir de São Paulo na consolidação de um projeto de centro-direita para o país", disse ao UOL. Maia também foi chamado por Doria a integrar o PSDB.
Com discursos e série de aplausos durante toda cerimônia, os políticos homenagearam o prefeito Bruno Covas.
Estiveram presentes no evento, além de Doria e Garcia, o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi; o secretário municipal de Saúde da cidade de São Paulo, Edson Aparecido; o presidente do PSDB, Bruno Araújo; o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Carlão Pignatari; entre outros tucanos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.