'Morte no Brasil é planejada', dizem oposicionistas sobre recusa de vacinas
Em um mês, o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ignorou 10 e-mails da farmacêutica Pfizer, que propunha a negociação de doses da vacina contra a covid-19. Diante da revelação feita pela Folha de São Paulo com base em documentos da CPI da Covid, oposicionistas têm visto como proposital o avanço de mortes no Brasil pela doença.
Para Guilherme Boulos (PSOL), a morte por covid-19, no Brasil, "é planejada". A perspectiva do ex-candidato à Prefeitura de São Paulo foi compartilhada na manhã de hoje, no Twitter.
Governo ignorou 10 e-mails da Pfizer e estocou 1,5 milhão de comprimidos de cloroquina. A morte por Covid no Brasil é planejada!
Guilherme Boulos (PSOL)
Já o senador Humberto Costa (PT-PE) usou as redes sociais para questionar quanto vale uma vida para a gestão de Bolsonaro.
Na mesma linha, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB) declarou como "inacreditável" o Brasil ter ignorado dez e-mails da Pfizer oferecendo vacinas em um mês. O parlamentar afirmou que o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello são "os coveiros do Brasil".
Inacreditável!!! O Brasil ignorou dez e-mails da Pfizer oferecendo vacinas em um mês O governo deliberadamente não fez nada para salvar vidas. Bolsonaro e Pazuello são os coveiros do Brasil!
Orlando Silva (PCdoB)
O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que é clara a omissão do governo federal diante da imunização na pandemia.
E-mails ignorados
A primeira proposta da Pfizer ao Brasil oferecia lotes com 30 milhões e 70 milhões de doses contra a covid-19. Essa proposta foi enviada em 14 de agosto de 2020, de acordo com documentos da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, obtidos pela Folha. A proposta tinha validade até o dia 29 do mesmo mês.
A ausência de respostas conclusivas do Ministério da Saúde diante da farmacêutica na metade do ano passado atrasou o processo de negociação dos imunizantes e a aquisição de vacinas pelo Brasil.
Em depoimento à CPI da Covid, o CEO da Pfizer, Carlos Murillo, negou que cláusulas de venda dos imunizantes eram leoninas — abusivas — conforme o governo brasileiro apontava como fator para adiar a negociação.
Não concordo com esse posicionamento, não concordo com o qualificativo de cláusulas leoninas. Nesta pandemia a Pfizer correu riscos que requeria que todos colaborassem nesse processo. Por isso a Pfizer exigiu para todos os países as mesmas condições que exigiu para o Brasil. A referência a embaixadas não é correta, esta distorcida }
CEO da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo
A comissão instalada no Senado foi criada para investigar ações e omissões do presidente Jair Bolsonaro diante da crise gerada pela pandemia e os repasses federais aos estados e municípios.
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