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Pazuello volta a negar que Bolsonaro mandou cancelar compra de vacina

Rayanne Albuquerque e Hanrrikson de Andrade*

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

20/05/2021 12h41Atualizada em 20/05/2021 14h18

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello voltou a negar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mandou cancelar a compra de vacinas da Pfizer contra o coronavírus. As declarações foram feitas durante o segundo dia de oitivas da CPI da Covid no Senado.

Ele nunca falou comigo pessoalmente para não comprar a vacina
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde

Pazuello também disse que o país, na altura, tinha feito acordo de compra das vacinas desenvolvidas pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac e que o contrato foi mantido.

O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), perguntou então por quais motivos o país demorou "dois meses" para fazer a compra, após a declaração "um manda, obedece", que o general do Exército lançou sobre a relação dele com Bolsonaro.

Em resposta, Pazuello disse que uma carta de intenção foi enviada ao Butantan em 17 de outubro e que a medida depois da carta foi o contrato. Esse aval só pode ser formalizado, segundo o ex-ministro, quando uma medida provisória foi sancionada e publicada, no dia 6 de janeiro.

Publicação apagada do Twitter

Randolfe Rodrigues questionou os motivos que levara o Ministério da Saúde a apagar uma publicação sobre a CoronaVac do Twitter oficial da pasta.

O parlamentar acredita que haja relação entre as ordens de Bolsonaro em cancelar a compra de imunizantes contra a covid-19 e o desestímulo da pasta em divulgar informações sobre contratos e sobre a função da vacina nas redes sociais.

Pazuello, no entanto, negou saber da existência da postagem e afirmou que é uma assessoria de comunicação que cuida das suas plataformas na internet.

A administração do Twitter é feita pela minha comunicação, do segundo nível de comunicação. Eu nunca mexi em Twitter
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde

De forma irônica, o senador disse que acreditava na versão do ex-ministro e quem deveria ter mandado retirar não seria ele, de fato, mas "o presidente".

O senhor Eduardo está certo em relação a isso. Não foi ele quem mandou tirar, foi o presidente
Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Covid

* Colaborou Ana Carla Bermúdez

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.