Trevisan: Tendência de maior apoio a Lula para 2022 está se consolidando
A colunista do UOL Maria Carolina Trevisan disse que a pesquisa eleitoral divulgada ontem pela revista Exame e o instituto Ideia mostra que a tendência de apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a disputa pela Presidência em 2022 vem aumentando.
"Essa tendência de maior apoio a Lula está se consolidando. Eu tenho acompanhado essa pesquisa a cada 15 dias, e isso vem se mostrando cada vez mais sólido", disse Trevisan (veja a partir de 27:04) no episódio de hoje do Baixo Clero, o podcast de política do UOL.
Nesta semana, o ex-presidente Lula afirmou, em entrevista à revista francesa Paris Match, que será candidato nas eleições de 2022. O levantamento realizado por Exame/Ideia mostra que, se o pleito fosse realizado hoje, Lula venceria com 45% das intenções de voto, enquanto o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria 37%.
"O que eu gostaria de chamar a atenção, então, neste momento, é que, se isto está se tornando cada vez mais sólido, qual pode ser a reação de Bolsonaro?", pontuou Trevisan (veja a partir de 27:25). Ontem, após vir a público uma foto de um encontro entre Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Bolsonaro fez ataques aos dois e chamou o petista de "ladrão".
A pesquisa também trouxe dados de rejeição a diferentes nomes da política. Enquanto 39% dos entrevistados dizem que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum, Lula aparece nesse índice com 36%. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tem 25% de rejeição.
Para a colunista do UOL Carla Araújo, convidada especial desta edição do podcast, a alta rejeição a Doria mostra que o governador terá um "duplo desafio" no caso de entrar para a corrida presidencial. Além da rejeição e de ter que se projetar para além de São Paulo, o tucano precisará enfrentar uma disputa dentro do próprio partido.
"Ele tem o desafio interno do PSDB, porque Eduardo Leite [governador do Rio Grande do Sul] vai surgindo cada vez mais como uma força maior, jovem, com uma postura que acho que tende a ocupar um espaço. A disputa interna do PSDB pode gerar muitos rachas e deixar Doria fragilizado antes de uma eventual candidatura", disse (veja partir de 19:34).
Schelp afirmou que, entre os diferentes cenários estimulados pela pesquisa, foram intercalados três potenciais candidatos: Lula, Bolsonaro e um nome relacionado à chamada terceira via. "Achei interessante que muitos desses candidatos da terceira via têm um desempenho parecido nesses cenários", disse ele (veja a partir de 22:08).
Entre os nomes considerados no levantamento, estão, além de Doria, o ex-ministro Sergio Moro, o apresentador Luciano Huck, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Considerando estes cenários isolados, o governador paulista é o que tem a pior performance contra Lula e Bolsonaro, enquanto Moro é o que se sai melhor.
"Acho que isso mostra, de fato, uma dificuldade do João Doria. Mostra também que Sergio Moro ainda é um nome forte, apesar de tudo e apesar de que ele nem sequer esteja cogitando se candidatar de fato. Mas é difícil que haja só um nome [para a terceira via] em 2022", disse Schelp (veja a partir de 23:23).
Trevisan explicou que o instituto responsável pela pesquisa decidiu fazer cenários estimulados com três potenciais candidatos devido à alta taxa de eleitores indecisos.
"Foi uma montagem de cenários. Se formos olhar na [pesquisa] espontânea, [que pergunta] em quem você votaria sem indicar o candidato, o número de indecisos está muito alto. É mais alto do que quem fala que votaria tanto em Lula quanto em Bolsonaro: 46% não sabe em quem votaria. Isso é muito importante", afirmou (veja a partir de 25:20).
Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts e em todas as plataformas de distribuição de áudio. Você pode ouvir Baixo Clero, por exemplo, em todas as plataformas de distribuição de áudio, como Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Amazon Music e também Youtube —neste último, também em vídeo.
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