Integrantes da CPI apoiam STF e citam 'expediente autoritário' de Bolsonaro
Do UOL, em São Paulo
05/08/2021 21h18
Senadores que integram a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid divulgaram hoje uma nota na qual apoiam o STF (Supremo Tribunal Federal) em relação às críticas feitas pelo presidente da Corte, ministro Luiz Fux, ao presidente Jair Bolsonaro.
"É inegável que o presidente da República, como método, tenta deslegitimar as instituições e ataca sistematicamente o Judiciário, expediente autoritário de lembranças funestas", diz o comunicado.
O texto foi assinado pelo presidente e vice-presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), respectivamente, o relator, Renan Calheiros (MDB-AL); os membros Eduardo Braga (MDB-AM), Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE) e Tasso Jereissati (PSDB-CE); os suplentes Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Rogério Carvalho (PT-SE); e ainda as representantes da bancada feminina Simone Tebet (MDB-MS) e Eliziane Gama (Cidadania-MA).
Os senadores apoiaram a decisão de Fux de cancelar a reunião entre os três poderes que foi combinada em meados de julho e se solidarizaram com os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, frequentemente atacados por Bolsonaro. Eles também lembraram que a própria CPI da Covid tem sido alvo do presidente da República, no que eles chamaram de "tentativas de intimidações".
Em tempos sombrios, quando as piores pessoas perdem o medo, cabe às melhores não perder a coragem em defender a democracia".
Comunicado dos senadores
Na tarde de hoje, ao anunciar o cancelamento da reunião, Fux destacou que Bolsonaro divulga interpretações equivocadas das decisões do Supremo, insiste em colocar dúvida sobre o processo eleitoral, além de atacar reiteradamente os ministros da Corte, especialmente Barroso e Moraes.
O posicionamento de Fux e dos senadores vem após Bolsonaro subir o tom contra Moraes, que autorizou a investigação do presidente no âmbito do inquérito das fake news. Bolsonaro disse que "a hora dele vai chegar".
"Diálogo eficiente [entre Poderes] pressupõe compromisso permanente com as próprias palavras, o que infelizmente não temos visto no cenário atual", disse Fux.