Leite diz que não votou em Haddad porque PT não é 'exemplo de democracia'
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse que escolheu Jair Bolsonaro (sem partido) no segundo turno da eleição presidencial de 2018 porque "do outro lado, não tinha um exemplo de democracia também". Na ocasião, Bolsonaro enfrentou a candidatura do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad, do PT.
Leite, que disputa a indicação de pré-candidato a presidente no PSDB, sustentou sua posição de ter votado em Bolsonaro lembrando os esquemas de corrupção envolvendo governos petistas, como o mensalão e os desvios investigados pela Operação Lava Jato.
"A gente tinha acabado de passar por escândalos gravíssimos, com desvios de milhões de reais. E, além disso, uma agenda econômica que levou o país a dois anos de recessão nunca antes visto na história desse país", disse Leite em entrevista na quinta-feira (28) ao podcast Derrete Cast, apresentado por Guto Zacarias e Renato Battista, membros do MBL (Movimento Brasil Livre).
Segundo Leite, em 2018, de um lado, tinha Bolsonaro, que, "como deputado, falou um monte de coisa reprovável". "Do outro, não tinha o melhor exemplo de democracia. Comprar deputado, pagando mensalão para deputado não é exemplo de democracia, não é respeitar a democracia. Defender a regulação da mídia não é respeito à democracia."
De um lado você tinha uma prática. Do outro, você tinha as bravatas
Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul
O tucano diz que, em 2018, quem ele apoiou "verdadeiramente foi Geraldo Alckmin (PSDB)". "Mas, no segundo turno, vão dois candidatos: Bolsonaro e o PT", disse. "Eu não queria escolher, mas tinha que escolher entre um caminho ou outro."
Para ele, um caminho "a gente já conhecia: escândalo de corrupção, crise econômica e não era exemplo de democracia". "Do outro uma agenda econômica que mais se aproximava", disse, ressaltando que Bolsonaro tinha "falas muito ruins sobre democracia". "Enfim, nós temos que lutar agora para não precisar fazer a mesma escolha em 2022."
Leite disputa com o governador paulista, João Doria, e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, a indicação para ser o candidato do partido ao Planalto no ano que vem. A escolha acontece em 21 de novembro.
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