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Villa: Silêncio do Itamaraty sobre agressão a jornalistas é preocupante

Colaboração para o UOL, no Rio

01/11/2021 14h07Atualizada em 02/11/2021 12h36

O colunista do UOL Marco Antonio Villa disse hoje no UOL News que a falta de manifestação do Ministério das Relações Exteriores e da Secretaria de Comunicação do governo federal sobre as agressões da comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a jornalistas que o acompanham na Itália é "preocupante".

Ontem, um grupo de jornalistas, dentre eles o colunista do UOL Jamil Chade, foi agredido por seguranças que acompanhavam Bolsonaro por uma caminhada em Roma. Quando a reportagem do UOL foi filmar a violência contra profissionais da GloboNews e tentar identificar o policial italiano que cometeu a agressão, um segurança empurrou Jamil, agarrou seu braço para torcê-lo e levou seu celular.

"O silêncio do Itamaraty é extremamente preocupante, o silêncio da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social). O Bolsonaro age com cangaceiros. Ele tem um grupo de cangaceiros que atacam os jornalistas e isso vai se repetir aqui", disse Villa.

Villa também cobra dos empresários brasileiros um posicionamento sobre as agressões ocorridas em Roma.

Grandes setores da economia, o grande empresariado, o que acha disso tudo? São os interesses econômicos do Brasil e desse empresariado do grande capital que estão sendo representados por este genocida. É muito triste isso tudo
Marco Antonio Villa

O colunista do UOL acredita que a situação de violência contra profissionais da imprensa pode piorar no ano que vem, por causa das eleições. Para ele, é preciso uma resposta "firme" das autoridades sobre atos como esse.

"No ano que vem temos um processo eleitoral, que vai ser o processo infelizmente mais violento da história recente do Brasil. A tendência é que esses fatos lamentáveis se transformem em acontecimentos cotidianos durante o processo eleitoral. Por isso, a resposta tem que ser firme aqui do Brasil", afirmou Villa.

'Viagem desastrosa'

Bolsonaro foi até a Itália para participar do encontro do G20. Conforme detalhou Jamil Chade em sua coluna, o presidente ficou completamente deslocado diante dos outros líderes mundiais.

"A viagem para a Itália é desastrosa em termos diplomáticos, políticos e comerciais, em tudo, da imagem do Brasil... Ninguém sabia quem era Bolsonaro, ninguém queria conversar com Bolsonaro. É como se ele tivesse vindo lá do reator de Chernobil direto para a reunião do G20. O Bolsonaro é um elemento radioativo hoje da política internacional, ninguém quer contato com um marginal. Ele é um genocida, um criminoso, e isso se reflete não só sobre ele", disse Villa.

O colunista também afirmou que Bolsonaro representa o "submundo carioca" na Presidência da República. Para ele, o chefe do Executivo federal é o "representante do crime organizado do Rio de Janeiro".

Ele não conseguiu entender qual é o papel de um chefe de Estado de uma das maiores economias do mundo. Ele está na reunião do G20 não porque ele é o Bolsonaro, ele está na reunião do G20 porque ele é o presidente da República Federativa do Brasil, e não consegue estabelecer esses contatos mínimos
Marco Antonio Villa