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Olavo de Carvalho não deixou o Brasil em voo da FAB, diz comandante 

Olavo de Carvalho - Reprodução/TV Globo
Olavo de Carvalho Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, no Rio

21/11/2021 09h14

O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, afirmou em uma nota divulgada nas redes sociais que a FAB (Força Aérea Brasileira) não auxiliou o astrólogo Olavo de Carvalho a deixar o Brasil.

Olavo deixou o país após ser intimado pela PF (Polícia Federal) para prestar depoimento no inquérito que investiga a existência de uma milícia digital que desacredita as instituições democráticas.

O escritor estava internado desde agosto em São Paulo. A volta para os Estados Unidos, informada na terça-feira (17), ocorreu sem qualquer aviso prévio. De acordo com o escritor, foi oferecido a ele um "voo repentino" para que embarcasse em "15 minutos".

"A coisa foi tão rápida que eu não pude nem me despedir do pessoal do hospital onde eu estava, que já não era o InCor, era um hospital particular. Eu não fui [embora] escondido de ninguém, simplesmente tinha assim: 'Embarca agora, ou esqueça, não vai ter outro voo para você'. Eu fui, entrei no avião e viemos para cá", disse Olavo.

A tese de que o astrólogo —um dos principais ideológos da extrema-direita brasileira, e próximo da família Bolsonaro—deixou o Brasil em um voo da FAB foi divulgada pela escritora e roteirista Daniela Abade. Segundo ela, haveria indícios de que Olavo deixou o Brasil no avião que levou o ministro das Comunicações, Fábio Faria, para o exterior.

Os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP) e Jorge Solla (PT-BA) anunciaram a intenção de pedir uma investigação sobre as denúncias.

Solla ainda afirmou que iria pedir a convocação do comandante da FAB e de Fábio Faria na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara.

Na nota, Baptista Júnior afirma que "a FAB repudia e não aceita a suposição de que teria participado de algum transporte de passageiro de maneira irregular ou oculta. Todos os atos da Instituição são balizados pela observância às leis e sob a ótica da transparência. A divulgação de inverdades, sem a devida apuração, deve ser combatida, por contribuir para a desinformação da sociedade".

Ele ainda alega que "a FAB não requisitou sigilo algum aos voos designados para o transporte de Ministros de Estado com intuito de omitir a visualização em sites de monitoramento".

Em suas publicações, Daniela Abade levanta suspeita sobre o fato de o voo da FAB supostamente ter solicitado sigilo sobre o itinerário em um aplicativo de monitoramento de tráfego aéreo. Também questiona o fato de o voo ter pousado no aeroporto Mac Arthur, de Long Island, e não em um dos três grandes terminais aéreos próximos a Nova York.