Topo

Esse conteúdo é antigo

Prévias são transparentes, mas há 'chororô', diz coordenador de Doria

Wilson Pedroso, coordenador da campanha de Doria nas prévias do PSDB: "Sempre fizemos campanhas transparentes" - Reprodução/CNN
Wilson Pedroso, coordenador da campanha de Doria nas prévias do PSDB: 'Sempre fizemos campanhas transparentes' Imagem: Reprodução/CNN

Do UOL, em São Paulo

23/11/2021 09h22Atualizada em 23/11/2021 11h39

Wilson Pedroso, um dos coordenadores de campanha do governador de São Paulo, João Doria, nas prévias do PSDB que decidirão o candidato da sigla à presidência da República, disse hoje, em entrevista à CNN, que as eleições são "transparentes" e que tem a impressão de que a campanha do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, "não quer saber o resultado".

O PSDB afirmou ontem que a votação para escolha do candidato da sigla vai continuar até domingo. O governador gaúcho, por sua vez, disse ter sido pego de surpresa com a informação e que "não tem nenhum acordo ainda firmado sobre o sistema de votação".

É estranho porque combinam uma coisa e falam outra, conforme disse o Bruno Araújo [presidente do PSDB] ontem. O Bruno ficou 30 minutos conversando com o candidato Eduardo Leite e depois veio conversar com os representantes da campanha e a decisão foi, ao longo do dia de hoje, verificar a possibilidade real de usar o aplicativo ou se contratar uma nova alternativa que seria o voto por SMS. E, para a surpresa do Bruno, combinou uma coisa e ele falou outra. Fica me parecendo muito que a campanha do Eduardo Leite não quer saber o resultado das eleições e não quer ver a militância votando Wilson Pedroso

O UOL procurou a campanha de Leite a respeito das declarações de Pedroso e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.

Em entrevista à CNN também na manhã de hoje, Leite avaliou que a cada minuto que passa para que a situação seja resolvida o processo das prévias perde legitimidade. Ele negou que tenha havido um acordo na reunião.

"Essa conversa não descartou encaminhamentos outros, mas nem de perto foi qualquer tipo de acordo ou entendimento sobre o encaminhamento que seria feito. Queremos a conclusão dessas prévias o quanto antes em respeito aos filiados, à democracia interna, mas não pode acontecer a qualquer custo, a qualquer preço", disse ele.

Em nota, o partido afirma que aguarda manifestação da Faugs (Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), empresa contratada para a implementação do aplicativo de votação. Se até hoje a empresa não oferecer uma solução definitiva para o problema que levou a eleição de ontem a ser suspensa, a sigla adotará outra tecnologia para concluir o processo de prévias.

Pedroso negou ainda que tenha havido fraudes nas prévias realizadas em 2016 e 2018, quando Doria foi escolhido para disputar a prefeitura de São Paulo e o governo paulista, respectivamente.

"Posso garantir que sempre fizemos campanhas transparentes ao longo desses anos (...) Estou muito tranquilo, sempre campanhas de alto nível, transparentes. Só que agora é momento de 'chororô'. O que a gente quer fazer agora é olhar para frente, temos que encerrar as prévias e saber o resultado", acrescentou.

Para ele, as prévias são democráticas e crê que o partido sairá unido no final do processo. "Acho que o partido sai unido ao final, acho que todo mundo é maduro e sabe que eleição se perde ou se ganha. Ao final, o PSDB vai sair maior pensando em 2022, porque as prévias desembocam nas eleições", disse.

Sem provas, Leite acusa Doria de comprar votos

O governador do Rio Grande do Sul acusou Doria de comprar votos nas prévias do PSDB, mas não apresentou provas.

"Não há nenhuma denúncia de tentativa de compra de votos do nosso lado, nenhuma denúncia de pressão política, nenhuma denúncia de que tenhamos exonerado pessoas por não nos apoiar. Do outro lado, nós vemos isso, denúncia de compra de votos, pressões indevidas, suspensão de filiações e demissão de pessoas", afirmou Leite.

Procurado pelo UOL, Pedroso, afirmou que "as infundadas acusações da campanha de Eduardo Leite demonstram o desespero de quem prevê a derrota".

Ao todo, 44,7 mil pessoas se cadastraram para votar nas prévias do PSDB, mas, segundo apuração do UOL, apenas 8% conseguiram concluir o processo. Entre os que não votaram está o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Um dos problemas relatados foi o erro no uso do reconhecimento facial.