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Sem provas, Leite acusa Doria de comprar votos nas prévias do PSDB

Os governadores João Doria (PSDB-SP) e Eduardo Leite (PSDB-RS), pré-candidatos à presidência, em encontro no Palácio do Piratini, em Porto Alegre - Luís Blanco / Equipe JD
Os governadores João Doria (PSDB-SP) e Eduardo Leite (PSDB-RS), pré-candidatos à presidência, em encontro no Palácio do Piratini, em Porto Alegre Imagem: Luís Blanco / Equipe JD

Do UOL, em São Paulo

23/11/2021 08h15Atualizada em 23/11/2021 11h38

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), acusou ontem o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de comprar votos nas prévias do PSDB, que decidirão o candidato da sigla à presidência da República. Leite não apresentou provas após a acusação.

"Não há nenhuma denúncia de tentativa de compra de votos do nosso lado, nenhuma denúncia de pressão política, nenhuma denúncia de que tenhamos exonerado pessoas por não nos apoiar. Do outro lado, nós vemos isso, denúncia de compra de votos, pressões indevidas, suspensão de filiações e demissão de pessoas", afirmou Leite ontem.

O governador do Rio Grande do Sul acrescenta que seu "adversário", o governador João Doria, "fala até em expurgar pessoas do partido, é um tipo de conduta que busca comandar aquilo que interessa para ele. Os que não estiverem alinhados que saíam da frente do caminho".

Procurado pelo UOL, o coordenador de campanha de Doria nas prévias, Wilson Pedroso, afirmou que "as infundadas acusações da campanha de Eduardo Leite demonstram o desespero de quem prevê a derrota".

Segundo Pedroso, Leite "trabalha para melar as prévias". Em entrevista à CNN, o coordenador defendeu que as eleições são "transparentes" e que tem a impressão de que a campanha do governador gaúcho "não quer saber o resultado".

O ex-prefeito de Manaus (AM), Arthur Virgílio, também disputa as prévias do PSDB. Segundo o partido, a votação para escolha do candidato será encerrada até domingo após adiamento por uma falha no aplicativo.

Ao todo, 44,7 mil pessoas se cadastraram para votar nas prévias do PSDB, mas, segundo apuração do UOL, apenas 8% conseguiram concluir o processo. Entre os que não votaram está o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Um dos problemas relatados foi o erro no uso do reconhecimento facial.

Processo perde legitimidade, diz Leite

Em entrevista à CNN hoje, Leite avaliou que a cada minuto que passa para que a situação seja resolvida o processo das prévias perde legitimidade.

"Uma parte das pessoas já votou. Jogar a votação do restante para mais adiante, no próximo final de semana, por exemplo, gera uma assimetria de informações, um desequilíbrio na tomada da decisão do voto", disse ele.

Ele também criticou o fato de o partido ter cogitado a possibilidade de trocar o método de votação. Em nota divulgada ontem, o PSDB afirma que aguarda manifestação da Faugs (Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), empresa contratada para a implementação do aplicativo de votação. Se até hoje a empresa não oferecer uma solução definitiva para o problema que levou a eleição de ontem a ser suspensa, a sigla adotará outra tecnologia para concluir o processo de prévias.

O PSDB também informou que a votação para escolha do candidato da sigla vai continuar até domingo. O governador gaúcho, por sua vez, disse ter sido pego de surpresa com a informação e que "não tem nenhum acordo ainda firmado sobre o sistema de votação".

"Essa conversa [com o presidente do PSDB, Bruno Araújo] não descartou encaminhamentos outros, mas nem de perto foi qualquer tipo de acordo ou entendimento sobre o encaminhamento que seria feito. Queremos a conclusão dessas prévias o quanto antes em respeito aos filiados, à democracia interna, mas não pode acontecer a qualquer custo, a qualquer preço", disse Leite, hoje.