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Sakamoto: Bolsonaro ataca Deltan e Lava Jato para impedir Moro no 2º turno

Colaboração para o UOL

15/12/2021 19h13

Em participação ao UOL News da noite de hoje, o colunista Leonardo Sakamoto afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ataca a Operação Lava Jato para impedir que o ex-ministro Sergio Moro (Podemos) vá para o segundo turno das eleições presidenciais do próximo ano.

No último final de semana, Bolsonaro voltou a atacar o ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol, que se filiou ao Podemos, o mesmo partido de Moro.

Sakamoto lembrou que o presidente critica a equipe da Lava Jato quando na verdade estavam juntos até pouco tempo atrás. "É tanto quanto irônico Bolsonaro criticar a Lava Lato [porque] era aliado. Ele precisa agradecer porque Sergio Moro interferiu diretamente na eleição e retirou Lula da eleição", avaliou o jornalista.

Para o colunista, Moro e Bolsonaro continuam no mesmo campo e os ataques vão continuar até as eleições de 2022.

"Ele fala da Lava Jato simplesmente para o seu público não debandar e votar em Moro. [Ele] Está tentando evitar que Moro se aproxime das intenções de voto, pois [o ex-juiz] precisa tirar voto de Bolsonaro para ir para o segundo turno com Lula, que está praticamente garantido. Isso vai continuar, o que não significa que Moro e Bolsonaro não sejam farinha do mesmo saco."

Lula

Sergio Moro publicou um vídeo em suas redes sociais afirmando que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mentiu em uma entrevista quando falou sobre a Petrobras e a operação Lava Jato. Para Sakamoto, Moro mentiu tentando fazer valer a narrativa da operação.

"O ex-ministro Sergio Moro na verdade disse uma série de coisas que não necessariamente são verdades. É a narrativa da Lava Jato, de que a corrupção estava destruindo a Petrobras, e ele veio como um superherói de capa [para salvar", disse.

E seguiu: "Havia corrupção na Petrobras? Sim. A Petrobras estava falindo por causa da corrupção? Mas nem de longe. Os ativos da Petrobras são muito maiores que isso. Teve naquele momento uma pressão do mercado, de acionistas, porque a Dilma tinha segurado por muito tempo o preço da gasolina na bomba e isso impactava o valor de mercado da Petrobras."

Segundo o colunista, a forma como a Lava Jato quis combater a corrupção é que colocou na berlinda as empresas.