Deputado cobra governo sobre programa espião DarkMatter
O deputado federal Ivan Valente (PSOL) entrou com pedidos de informação ao governo para saber mais sobre a tentativa do "gabinete do ódio" de adquirir a ferramenta espiã DarkMatter.
"Gabinete do ódio" é o nome dado a um grupo de assessores que trabalham no Palácio do Planalto com foco nas redes sociais, inclusive na gestão de páginas de apoio à família Bolsonaro que difundem desinformação e atacam adversários políticos do presidente.
Como revelou o UOL hoje, um emissário do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) que integrou a comitiva presidencial durante a viagem de Jair Bolsonaro (PL) a Dubai, em novembro de 2021, aproveitou a ocasião para começar as tratativas para a aquisição do software, que é produzido pela empresa que também se chama DarkMatter.
Nos pedidos enviados ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional), ao comando do Exército e à Presidência da República, Ivan Valente pede informações sobre as "reuniões realizadas" por funcionários do governo "com representantes das empresas DarkMatter, Polus Tech e NSO Group (desenvolvedor do poderoso artefato Pegasus).
"Solicito, ainda, os registros de entrada e saída de representantes das referidas empresas nas dependências destes órgãos, desde janeiro de 2019", diz o pedido.
O parlamentar da oposição também pede às instituições a relação das pessoas que integraram as comitivas presidenciais e de funcionários públicos que estiveram em Dubai durante o ano de 2021.
Procurados pela reportagem, o vereador Carlos Bolsonaro, o GSI e o Palácio do Planalto não responderam aos questionamentos enviados. O UOL se coloca à disposição para manifestações futuras.
Negociações em curso
O encontro entre o representante brasileiro e um funcionário da DarkMatter ocorreu no stand de Israel na feira Dubai AirShow durante a viagem do presidente Bolsonaro. A reunião, porém, foi marcada devido à normalização das relações entre os Emirados Árabes Unidos e Israel, em 2020.
Composta, em sua maioria, por programadores israelenses egressos da Unidade 8200, força de hackers de elite vinculada ao exército de Israel, a DarkMatter tem sede em Abu Dhabi e desenvolveu sistemas capazes de invadir computadores e celulares de alvos, inclusive desligados.
Já a Polus Tech, uma segunda companhia procurada pelo "gabinete do ódio", tem como CEO o programador israelense Niv Karmi, um dos ex-fundadores da NSO Group, empresa dona da poderosa ferramenta espiã Pegasus (Niv é o "N" da sigla NSO).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.