Sakamoto: Bolsonaro é coerente ao não prestigiar posse de Fachin
O colunista do UOL, Leonardo Sakamoto, avaliou como "coerente" a atitude do presidente Jair Bolsonaro (PL) de não prestigiar a posse de Edson Fachin como novo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), prevista para acontecer às 19h de hoje.
Durante o UOL News, Sakamoto ponderou que, caso se comportasse como presidente da República, Bolsonaro iria à posse para demonstrar que respeita os demais poderes, porém, dado o histórico de críticas do mandatário à Justiça Eleitoral, com reiteradas tentativas de desacreditar o processo eleitoral brasileiro, inclusive com o uso de fake news, é coerente que o presidente não compareça à cerimônia, pois ele precisa "deixar pronta a justificativa" de descrédito do TSE em caso de uma eventual derrota no pleito presidencial em outubro deste ano.
"Se o presidente Jair Bolsonaro agisse como presidente da República ele iria, sim, à posse. Agora, o fato de ele não ir é extremamente coerente com o comportamento dele, porque nós temos um presidente da República que ataca a Justiça Eleitoral, que não acredita e não respeita a Justiça Eleitoral, que transformou a Justiça Eleitoral em alvo, basta ver o comportamento que ele teve agora com o presidente que está saindo [da presidência do TSE], ministro Luís Roberto Barroso, ou mesmo com o ministro Alexandre de Moraes", iniciou, referindo-se aos vários ataques feitos pelo presidente a Barroso.
"Bolsonaro não tem nenhum respeito [pelo TSE], ele ataca, cria, usa a Justiça Eleitoral para deixa pronta aquela justificativa em caso de derrota nas eleições para poder gerar o caos e culpar a urna eletrônica, que nunca deu problema, mas para culpá-la por seu próprio infortúnio. Então, na verdade, seria de se esperar muito de Jair que estivesse presente neste momento, porque neste caso nós teríamos realmente um presidente da República, um chefe de um poder, e não um eterno candidato à reeleição", completou.
Veja análises de Joel Pinheiro e Leonardo Sakamoto e mais notícias no UOL News com Fabíola Cidral:
Bolsonaro alega "extensa agenda" para não ir à posse
O Palácio do Planalto alegou "extensa agenda" do presidente Jair Bolsonaro (PL) para justificar a ausência do mandatário na cerimônia de posse do ministro Edson Fachin na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No entanto, segundo a agenda oficial do presidente, divulgada diariamente pelo Executivo, ele não terá compromisso no horário.
"Considerando compromissos preestabelecidos em sua extensa agenda, o senhor presidente Jair Bolsonaro não poderá participar do referido evento. Assim, agradece a gentileza e envia cumprimentos", afirma o ofício enviado e assinado ontem pela chefe de gabinete adjunta de agenda, Cláudia Teixeira.
Segundo a agenda pública, os compromissos de Bolsonaro vão até as 16 horas, quando o presidente terá uma conversa com o advogado-geral da União, Bruno Bianco.
Ao longo do dia, outros três compromissos foram marcados. São eles: encontro com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres; com o subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência, Pedro Cesar Sousa; e a posse do novo presidente da Itaipu Binacional.
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