Bolsonaro é criticado por apoiadores após defender Datena para Senado
Do UOL, em São Paulo
23/02/2022 17h29
O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi criticado por apoiadores após defender a candidatura do apresentador José Luiz Datena ao Senado. Em novembro, Datena indicou estar disposto a ajudar a campanha do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República. Além disso, já reprovou posturas do chefe do Executivo em seu programa na TV.
Nessa terça-feira (22), depois de ser questionado por simpatizantes a quem ele apoiaria para nas eleições para o Senado, Bolsonaro afirmou que o apresentador da Band "tem potencial para chegar lá".
Eu não ia falar, mas eu já conversei com o Datena. Eu sei que todo mundo tem uma crítica ou não, mas você precisa ter um nome que vai chegar. Foi conversado com ele. Foi conversado com ele. Presidente Jair Bolsonaro a apoiadores
Na sequência, um dos bolsonaristas presentes no local se surpreendeu com a resposta: "Mas ele vive falando mal [do seu governo]...".
Nas redes sociais, a repercussão com a fala de Bolsonaro foi imediata. Alguns apoiadores criticaram a decisão de Bolsonaro de sustentar publicamente a candidatura de Datena e não a de outros aliados, como o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles ou a médica Nise Yamaguchi.
"Datena tem todos os defeitos de caráter imagináveis além do fato de ser um detrator do presidente. Bolsonaro citar o nome do Datena para o Senado é, para mim, uma decepção!", disse um deles.
"Tem o Ricardo Salles, que é um ótimo nome. E adianta ter o Datena, que é um traíra? Mais cedo ou mais tarde, Bolsonaro vai se arrepender desta indicação", escreveu outro.
"Salles está curtindo o Jair Bolsonaro apoiando o Datena pro Senado?", questionou um terceiro.
Hoje, um vídeo no qual Datena chama Bolsonaro de "bundão" em seu programa, o "Brasil Urgente", começou a se espalhar nas redes sociais. O episódio ocorreu em agosto de 2020, quando o chefe do Executivo ofendeu jornalistas. (Assista abaixo)
Ciro Gomes ou Bolsonaro?
Em novembro, Datena disse em entrevista à revista Veja, que deixou o PSL — então em processo de fusão com o DEM para formar o União Brasil — por ter perdido espaço e que a possível filiação ao PSD não o impediria de ajudar Ciro Gomes (PDT) na disputa pela presidência "se houver necessidade".
Mas, três meses depois, o partido Republicanos —que faz parte da base aliada de Bolsonaro— convidou o apresentador para se filiar ao partido e se candidatar ao Senado por São Paulo, segundo informação do jornal Folha de S.Paulo.
O primeiro a sondá-lo foi o deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP). Em seguida, ele conversou com o presidente da legenda, Marcos Pereira.