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O que é prometido aos parlamentares que querem entrar no União Brasil

Convenção para a fusão dos partidos PSL e DEM, formando o União Brasil, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress
Convenção para a fusão dos partidos PSL e DEM, formando o União Brasil, em Brasília Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Alberto Bombig

Colaboração para o UOL

17/03/2022 04h00Atualizada em 17/03/2022 10h38

Parlamentares interessados em utilizar a janela partidária para ingressar no União Brasil têm ouvido uma promessa sedutora dos dirigentes do novo partido: a de que a sigla não terá candidato próprio a presidente.

Nessas conversas de bastidores, o União Brasil tenta atrair quem não quer se comprometer de antemão com pré-candidatos que ainda não decolaram nas pesquisas de intenção de voto. Ou seja, fisgar quem quer ficar livre em seus estados para apoiar o nome mais conveniente em termos eleitorais, como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o do presidente Jair Bolsonaro (PL). Há ainda outro atrativo: o fundo eleitoral do partido — mais de R$ 770 milhões, a maior fatia da verba de R$ 4,9 bilhões reservados no Orçamento — não seria usado numa extensiva campanha presidencial, sobrando mais recursos para as demais candidaturas.

Em público, pré-candidatos e dirigentes mantêm o discurso de que o União Brasil pode integrar uma frente de centro contra Lula e Bolsonaro. Os obstáculos, no entanto, são cada vez maiores para esse entendimento.

Em privado, caciques do novo partido têm, por exemplo, medo de se integrar a uma campanha que tenha o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), como presidenciável. A interlocutores eles dizem que o partido pode "importar" a alta rejeição do tucano, o que não seria nada bom em sua campanha eleitoral de estreia. Fusão entre DEM e PSL, União Brasil foi oficializado em fevereiro.