Allan dos Santos ataca Moraes por bloquear Telegram: 'Rasga a Constituição'
Do UOL, em São Paulo
18/03/2022 18h56
O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos comentou a decisão que determinou o bloqueio do Telegram em todo o Brasil. O dono do canal Terça Livre e foragido nos EUA disse que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes "rasga a Constituição".
"Vejo muito como cortina de fumaça do Alexandre de Moraes, porque ele está o tempo todo rasgando a Constituição", disse, em participação no programa "Os Pingos nos Is", da Jovem Pan.
Na decisão, que suspende o aplicativo no país, o magistrado lembra que o Telegram tem ignorado ordens do Supremo desde o ano passado, especialmente em relação aos perfis de Allan dos Santos. Para Moraes, o aplicativo tem demonstrado "total desprezo à Justiça brasileira".
Com o perfil no Twitter suspenso por Moraes, o blogueiro usa o canal no Telegram como principal ferramenta para se comunicar com seguidores. Allan acredita que as ações do ministro "buscam sufocá-lo financeiramente": "o meu público está no Brasil, então ele sabe que aqui nos Estados Unidos eu tenho liberdade, mas quem paga minhas contas são os assinantes do site, e ele busca todas as vias de me calar".
O ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva de Allan dos Santos, alvo de investigações na Corte, em outubro do ano passado. Moraes agiu a pedido da PF (Polícia Federal) no inquérito das milícias digitais, que apura a atuação de grupos na internet contra a democracia e as instituições.
Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes determinou que Ministério da Justiça e Segurança Pública dê informações sobre o andamento do processo de extradição do blogueiro. O documento é do dia 11 de março.
"Oficie-se ao Secretário Nacional de Justiça para que, no prazo de 5 (cinco) dias, informe acerca do andamento do pedido de extradição de Allan Lopes dos Santos, investigado nestes autos, incluídas informações acerca das medidas adotadas no âmbito do Ministério da Justiça para a sua efetivação junto ao Governo dos Estados Unidos", diz um trecho do documento.