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Lula chama Moro de 'arrogante' e diz que Congresso é o 'pior da história'

Lucas Valença

Do UOL, em Brasília

19/03/2022 17h30Atualizada em 19/03/2022 20h50

Ao participar hoje de uma visita a um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em Londrina (PR), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao Congresso, chamou Sergio Moro — pré-candidato do Podemos à Presidência — de "mentiroso, arrogante" e atacou a política de preços da Petrobras.

"Este mesmo juiz, que eu não vou citar o nome dele, que inventou uma mentira junto com os procuradores para me condenar, [...] é um juiz cego, mentiroso, arrogante e que não merece o diploma que tem", disse sobre o ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Operação Lava Jato

O ex-presidente também disse que Moro promoveu uma "destruição da Petrobras" e criticou a política de preços da petroleira. "Estamos pagando gasolina em dólar quando recebemos salário em real, os trabalhadores da Petrobras recebem em real, as plataformas são fabricadas em real", disse o ex-presidente. "A Petrobras está tendo lucro exorbitante, não para investir em tecnologia e autossuficiência, mas para dividir entre os acionistas."

Aos deputados presentes no encontro, Lula defendeu ainda que os parlamentares progressistas "deveriam agir" para barrar o processo de privatização da Eletrobras.

O petista criticou ainda a composição atual da Câmara e do Senado, que, segundo Lula, representa "talvez o pior Congresso que tivemos na história do Brasil."

"O Congresso Nacional brasileiro nunca esteve tão deformado, antipovo e submisso aos interesses antinacionais como agora", declarou o petista, que afirmou haver um excesso de poder nas mãos do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O petista questionou o estabelecimento de uma comissão para discutir o semipresidencialismo, defendida por Lira.

Segundo Lula, com o esquema do orçamento secreto, a Câmara "passou a governar o país" no lugar do presidente da República.

"Não conseguiram aprovar o parlamentarismo com dois plebiscitos, então vão tentar uma mudança na Constituição para criar o semipresidencialismo. Você elege um presidente, pensa que vai governar, mas quem vai governar é a Câmara, com orçamento secreto para comprar o voto dos deputados, para fazer todas as desgraceiras que estão fazendo."

Procurado, o ex-juiz Sergio Moro não comentou as declarações. Antes de entrar no governo Jair Bolsonaro, em 2019, Moro condenou Lula, então pré-candidato à Presidência, à prisão, em abril de 2018 — decisão posteriormente invalidada pelo STF, que considerou que o magistrado foi parcial.