'Vai ficar difícil justificar', diz Ciro sobre Viagra nas Forças Armadas

A aprovação da compra de mais de 35 mil comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas causou grande repercussão no meio político. De deputados, senadores a pré-candidatos à Presidência, várias manifestações foram feitas pelas redes sociais.

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) ponderou que as Forças Armadas mereciam respeito, mas que os setores de compras seguiam firmes no que chamou de estranha disposição de desmoralizar a farda.

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O deputado federal Marcelo Freixo (PSB) lembrou do veto do governo federal à compra e distribuição de absorventes para mulheres pobres e chamou de mamata a ação das Forças Armadas. Ele ainda disse que acionaria o Ministério Público Federal (MPF) junto de seu correligionário, o deputado Elias Vaz, para investigar o interesse público na compra dos medicamentos para disfunção erétil com dinheiro público.

O senador Humberto Costa (PT) afirmou o episódio seria uma "festa danada", também mencionando as polêmicas surgidas no ano passado sobre compra de leite condensado, salmão e picanha pelas Forças Armadas. Além disso, ele retuitou uma notícia que apontava a compra de remédios para a calvície.

O ex-deputado Jean Wyllys (PT) chamou os integrantes das Forças Armadas de "brochas" e "paus-moles", disse que eles odiavam os contribuintes, e que o governo federal seria corrupto.

Em nota, a Marinha afirmou que os remédios serviriam ao tratamento de pacientes com "Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar":

"Os processos licitatórios realizados pela Marinha do Brasil para aquisição de sildenafila de 25 e 50mg visam o tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), uma síndrome clínica e hemodinâmica que resulta no aumento da resistência vascular na pequena circulação, elevando os níveis de pressão na circulação pulmonar. Pode ocorrer associada a uma variedade de condições clínicas subjacentes ou a uma doença que afete exclusivamente a circulação pulmonar. Trata-se de doença grave e progressiva que pode levar à morte. A associação de fármacos para a HAP vem sendo pesquisada desde a década de 90, estando ratificado, conforme as últimas diretrizes mundiais (2019), o uso da sildenafila, bem como da tadalafila, com resultados de melhora clínica e funcional do paciente."

O UOL também entrou em contato com o Ministério da Defesa, o Exército e a Aeronáutica, questionando a finalidade dos medicamentos. Caso haja resposta, este texto será atualizado.