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Weintraub compara Ramos com vendedor de mate e diz que ministro é 'nefasto'

Weintraub disse que a perda da "alma" conservadora do governo teve início quando o general Ramos substituiu o deputado Onyx Lorenzoni (PL-RS) na Casa Civil, em fevereiro de 2020 - Walterson Rosa/Ministério da Educação
Weintraub disse que a perda da "alma" conservadora do governo teve início quando o general Ramos substituiu o deputado Onyx Lorenzoni (PL-RS) na Casa Civil, em fevereiro de 2020 Imagem: Walterson Rosa/Ministério da Educação

Colaboração para o UOL

13/04/2022 22h07Atualizada em 13/04/2022 22h16

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub comparou o atual secretário-geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, a um vendedor de mate e o chamou de "nefasto", durante uma live ontem ao lado de seu irmão, Arthur - que também integrou o governo Bolsonaro - e Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores.

Weintraub disse que a perda da "alma" conservadora do governo teve início quando o general Ramos substituiu o deputado Onyx Lorenzoni (PL-RS) na Casa Civil, em fevereiro de 2020.

"Onyx era um cara com experiência política e foi substituído pelo Ramos. Uma pessoa ruim não é tão nefasta quanto uma pessoa como ele", afirmou o ex-ministro.

"Se você pegar o sorriso, a cara dele? Eu não compraria um mate ali em Ipanema-Leblon. Ele parece um vendedor de mate. Aquele que passa com um garrafão de alumínio, aquela sunga vermelha. 'Mate, mate com limão, tem chorinho'. Ele tem um aspecto, na minha opinião, de uma pessoa em quem eu não confio absolutamente nada", completou.

O UOL entrou em contato com a Secretaria-Geral da Presidência e perguntou se a pasta quer se pronunciar sobre o comentário de Weintraub. O espaço segue aberto em caso de posicionamento.

Weintraub diz que Bolsonaro pediu para entregar FNDE ao Centrão

Abraham Weintraub afirmou que, quando estava no cargo, recebeu ordem direta do presidente Jair Bolsonaro (PL) para dar o controle do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ao Centrão. Em entrevista à CNN Brasil, Weintraub disse que tentou protelar a entrega, mas teve que ceder. O FNDE está no epicentro das denúncias de cobrança de propina por pastores, realização de licitação de ônibus escolares com indicação de preços inflados e destinação de recursos para 'escolas fakes', como mostrou o Estadão.

"Meu chefe, ele falou: 'você vai ter que entregar o FNDE para o Centrão'. Falei: 'presidente, não faça isso'", disse o ex-ministro na entrevista. Em resposta, Weintraub disse que Bolsonaro justificou: "Preciso". O presidente do FNDE, Marcelo Ponte, foi chefe de gabinete do atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, um dos líderes no Centrão.

O ex-ministro atribuiu a adesão do Centrão ao governo federal a plano traçado pelo então ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, atual secretário-geral da Presidência da República.

"Fiquei adiando o máximo que podia (a entrega ao Centrão). Subi as regras de governança do processo decisório do FNDE. Tentei fazer um board para um FNDE não se reportasse só ao ministro da Educação, se reportasse também ao da Economia e da Casa Civil que era o Braga Netto. Mas o Braga Netto não quis. Aí chegou o general Ramos, que começou com essa estratégia, que considero muito equivocada, de colocar o Centrão para dentro do governo", disse o ex-ministro. "Ele (Ramos) começou a trazer essa turma para dentro, e convenceu o presidente e a partir daí a gente foi expulso, os conservadores foram expulsos".