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Citando obra iniciada no governo Lula, Bolsonaro diz: Libertamos o Nordeste

Bolsonaro usa inauguração de obras no Nordeste para tentar alavancar sua popularidade - Isac Nóbrega/PR
Bolsonaro usa inauguração de obras no Nordeste para tentar alavancar sua popularidade Imagem: Isac Nóbrega/PR

Caíque Alencar

Do UOL, em São Paulo

05/05/2022 14h39Atualizada em 09/05/2022 13h05

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou hoje que sua gestão "libertou" o povo do Nordeste com a transposição do Rio São Francisco, projeto iniciado em 2007 pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a inauguração de obras que levam água a regiões que antes eram desabastecidas. A declaração foi feita durante evento de inauguração de uma UBS (Unidade Básica de Saúde) na cidade de Gurinhém, na Paraíba.

"Cada vez mais libertamos o povo do Nordeste da escravidão do carro pipa. Isso vai deixando de ser uma política que visava apenas ganhar eleitores. Cada vez mais nós damos liberdade a todos vocês", afirmou Bolsonaro.

Iniciadas em 2007, durante o segundo mandato de Lula, as intervenções no rio atravessaram os governos de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), seguindo na gestão Bolsonaro. Michel Temer, em 2017, inaugurou o começo do Eixo Leste. Em 2020, Bolsonaro deu início ao funcionamento de uma parte do Eixo Norte.

O evento foi mais uma oportunidade que o presidente utilizou para divulgar a "agenda positiva" de sua gestão em ano eleitoral, na qual ele também usa obras de governos anteriores como marca de seu próprio mandato. A estratégia tem sido adotada principalmente como uma forma de atrair votos no Nordeste.

Entre esses projetos estão, por exemplo, a renegociação de dívidas do Fies (Financiamento Estudantil), programa governamental que permite que jovens ingressem em instituições de ensino superior privadas com financiamento de 50% ou 100%, e das próprias obras de transposição do São Francisco.

Hoje, Bolsonaro aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, atrás do ex-presidente Lula. É no Nordeste, porém, que a diferença de votos entre os dois é maior.

Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada no mês passado, o petista tem 55% dos votos na região, enquanto o atual presidente tem 20% — a diferença é de 35 pontos. Ainda nessa região, 62% dos entrevistados disseram que não votariam em Bolsonaro "de jeito nenhum".