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Bolsonaro diz que tem que 'ter pena', e não prender quem defende AI-5

30.abr.2022 - O presidente Jair Bolsonaro em evento em Uberaba (MG) - Alan Santos/Divulgação/PR
30.abr.2022 - O presidente Jair Bolsonaro em evento em Uberaba (MG) Imagem: Alan Santos/Divulgação/PR

do UOL, em Brasília

15/05/2022 21h38

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo (15) que é preciso ter "pena", e não mandar prender quem defende o AI-5, o Ato Institucional mais duro da ditadura militar. Ao falar com apoiadores e jornalistas na Praça dos Três Poderes, o presidente disse que só um "psicopata" consideraria os atos de 7 de Setembro e 1º de maio como manifestações antidemocráticas.

"Você tem que ter pena das pessoas, e não querer prender", disse Bolsonaro. "Um maluco levanta uma faixa com AI-5. Existe AI-5? Você tem que ter pena do cara que levanta uma bandeira do AI-5. Você tem que chegar para ele, da imprensa, e dizer: 'amigo, o AI-5 foi lá na época dos anos 60, que tinha ato institucional".

Bolsonaro também minimizou manifestantes que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Faixas em defesa de uma intervenção militar também já foram vistas em atos bolsonaristas.

"Você acha que isso tem repercussão?", perguntou.

O presidente disse que considera "imbecil" a pessoa que diz que as manifestações realizadas em 7 de Setembro ou 1º de maio como "antidemocráticas".

"Não estou atacando de forma nenhuma. Só um psicopata ou imbecil para dizer que os movimentos de 7 de setembro e 1 de maio são atos que atentam contra a democracia", afirmou.

No último 1º de maio, manifestantes bolsonaristas participaram de atos com ataques a ministros do Supremo. Na Avenida Paulista, em São Paulo, alguns dos presentes chegaram a chamar os magistrados de ditadores.

No ano passado, no feriado de 7 de Setembro, Bolsonaro usou o palanque dos atos para atacar o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que miram o presidente e seus aliados. Na ocasião, Bolsonaro chamou o magistrado de "canalha".

Indulto a Daniel Silveira

Bolsonaro afirmou a apoiadores que ainda não recebeu pedidos para conceder perdões presidenciais a outros aliados na mira do Supremo, como o blogueiro Allan dos Santos, alvo de uma ordem de prisão preventiva.

O presidente voltou a dizer que concedeu a graça ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) por considerar a pena excessiva.

"Nunca foi questionado indulto do José Dirceu, a manutenção do Battisti. Terroristas, bandidos, nunca contestaram", disse Bolsonaro. "No caso Daniel toda a jurisprudência usada foi do próprio Supremo Tribunal Federal. Entre elas, a do excesso. Acho que ninguém duvida que 11 anos de cadeia para aquilo é um excesso. Homicídio começa com seis".