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Moraes: Populismo de extrema direita cooptou as redes sociais

Ministro do STF Alexandre de Moraes - Felipe Sampaio/STF
Ministro do STF Alexandre de Moraes Imagem: Felipe Sampaio/STF

Pedro Vilas Boas

Colaboração para o UOL

27/05/2022 15h13Atualizada em 27/05/2022 15h13

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse, durante aula da pós-graduação em Direito da USP (Universidade de São Paulo) hoje, que o populismo de extrema direita cooptou as redes sociais com discursos antidemocráticos.

"Cooptação total das redes pelo populismo de extrema direita, que foi extremamente competente. Verificou: 'se a voz está lá agora, vamos dominar essa voz'", analisou o magistrado. O ministro é um dos coordenadores da disciplina.

Moraes está no centro do conflito entre Judiciário e poder Executivo. O ministro é relator no STF da ação em que o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) foi condenado por atacar ministros da Corte - depois seria perdoado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) -, além de presidir o inquérito das fake news.

Durante sua fala, o magistrado ainda diz que o Judiciário "se acovardou" na discussão. "O mundo jurídico, com todo respeito, se acovardou e criou uma falsa ideia de liberdade de expressão que não existe para nada. Ninguém mais discutia que liberdade de expressão não é discurso de ódio, [...] mas nas redes pode. Qual a diferença das redes e o resto do mundo? Criamos um monstro onde não há lei".

Também ministro do STF, Gilmar Mendes estava presente na aula e elogiou a atuação do colega no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e Suprema Corte.

"É claro que se evitou perturbações para a sociedade como um todo, trouxe muitas perturbações para o ministro Alexandre, mas esse é o preço que se paga muitas vezes por cumprir bem o dever".

PGR arquiva pedido de investigação contra Moraes

Ontem, a PGR (Procuradoria-Geral da República) arquivou o pedido do presidente Jair Bolsonaro para investigar o ministro do Alexandre de Moraes.

Bolsonaro acionou a PGR para investigar o ministro do STF após Dias Toffoli rejeitar pedido semelhante impetrado na Suprema Corte.

Ao arquivar o pedido, o procurador-geral Augusto Aras afirmou que o mesmo procedimento está em tramitação no STF e não pode haver duplicidade.