Michelle Bolsonaro apoia esposa de Guimarães após desabafo: 'Querida'
A primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, fez um comentário apoiador na publicação de Manuella Guimarães, esposa do ex-presidente da Caixa Econômica Pedro Guimarães —ele deixou o cargo na semana passada após denúncias de assédio sexual contra ele, que são investigadas sob sigilo no MPF (Ministério Público Federal), se tornarem públicas. Desde então, o MPT (Ministério Público do Trabalho) e o MPTCU (Ministério Público de Contas) também abriram investigações.
Hoje, Manuella publicou no Instagram uma foto ao lado do marido, na qual ambos vestem as cores da bandeira do Brasil. "Sabíamos que na luta pelo Brasil haveria deslealdade, inveja, sordidez e falsidade. Sabíamos que seriam acompanhados de ataques deliberados e impiedosos com objetivo único de destruir nossa família", escreveu.
Nos comentários, Michelle escreveu: "Querida". Manuella é filha do delator da Lava Jato Léo Pinheiro e o citou na legenda de hoje: "Para muitos, minha guerra por um Brasil melhor começou em 2019 com o Pedro Presidente da Caixa Econômica Federal. Entretanto, começou em 2014 com o meu pai".
Desde que o caso de Guimarães se tornou público, na semana passada, Manuella vem ganhando mais seguidores e engajamento no Instagram. "Assim, diante de tantas mensagens de apoio, força e orações, não poderia deixar de dividir um pouco da minha vida com vocês. Bem - vindos", escreveu hoje.
Enquanto a aba de comentários no perfil dela é livre e cheia de apoio, a de Guimarães segue restrita desde que as denúncias de assédio sexual vieram à tona. Hoje, ele republicou a foto com a esposa e, novamente, manteve essa função restrita, ou seja, apenas contas autorizadas por ele podem comentar nas publicações.
Na postagem em que anuncia a saída da Caixa, por exemplo, somente cinco perfis puderam deixar comentários: Manuella, Eduardo Bolsonaro, delegado Edder Mauro, coronel Mello Araújo e Netinho.
Denúncias de assédio sexual
Na semana passada, o site "Metrópoles" divulgou denúncias de funcionárias do banco, que incluem toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis com a relação de trabalho supostamente praticadas por Pedro Guimarães. Os atos começaram a surgir no fim do ano passado.
Em entrevista exibida ontem pelo Fantástico, da TV Globo, uma funcionária da Caixa acusou Celso Leonardo Barbosa, ex-vice-presidente de Negócios de Atacado, de acobertar atos que teriam sido cometidos pelo ex-número 1 da instituição.
Segundo apurou a colunista do UOL Carla Araújo, o nome de Barbosa aparece nas denúncias de uma funcionária que relatou à ouvidoria da Caixa ter sido vítima de assédio. Ele teria colaborado com Guimarães em alguns episódios.
Todas as mulheres que falaram ao "Metrópoles", sem que seus nomes fossem divulgados, trabalham ou trabalharam em equipes que atendem diretamente o gabinete da presidência da Caixa. As cinco entrevistadas disseram que se sentiram abusadas em diferentes ocasiões, e sempre em compromissos de trabalho.
Em nota à época das revelações, a Caixa afirmou que não tinha conhecimento das denúncias apresentadas pelo veículo e que "adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio."
Afastados do cargo
A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Daniella Marques, afirmou hoje que o chefe de gabinete do ex-presidente Pedro Guimarães, e outros cinco consultores estratégicos foram afastados dos cargos após denúncias de assédio sexual e moral no banco.
"Existem os cargos de confiança da presidência, que aí houve uma recomendação de afastamento, pelo Conselho à mim, porque essa é uma responsabilidade e caneta minha. Então são chefe de gabinete, e cinco têm uma função que se chama consultor estratégico, que são as pessoas que estão no entorno da presidência", disse, em entrevista à GloboNews.
A nova presidente do banco explicou que, além de desejar "isolar esse episódio e a apuração", é natural que se leve pessoas de confiança para os cargos estratégicos e que deve afastar outros membros do conselho.
"A gente afastou cinco consultores estratégicos inicialmente. São 20 e possivelmente eu vou trocar os 20 porque quero criar núcleos temáticos no modelo de gestão que eu trabalho", disse.
Os seis de hoje se somam ao ex-presidente Pedro Guimarães, que deixou o cargo na última quarta-feira (29). O ex-vice-presidente de Negócios de Atacado Celso Leonardo Barbosa, apontado como quem acobertava os atos do ex-número 1 da instituição, também pediu demissão na última sexta-feira (1º).
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