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Futuro presidente do TSE, Moraes diz que violência é inimiga da democracia

Alexandre de Moraes, ministro do STF - Divulgação/STF
Alexandre de Moraes, ministro do STF Imagem: Divulgação/STF

Paulo Roberto Netto

do UOL, em Brasília

10/07/2022 18h21Atualizada em 10/07/2022 18h24

O ministro Alexandre de Moraes, que presidirá o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a partir de agosto, afirmou hoje (10) que a intolerância e a violência são "inimigos da Democracia" e que o direito à livre escolha é algo que deve ser defendido por "todas as autoridades".

"A intolerância, a violência e o ódio são inimigos da Democracia e do desenvolvimento do Brasil. O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos 3 Poderes", disse Moraes.

A postagem do ministro foi feita horas após a morte do guarda municipal Marcelo Arruda, 50, assassinado a tiros pelo agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho na madrugada de hoje, em Foz do Iguaçu. Bolsonarista, Guaranho invadiu a festa de aniversário de Arruda, que é filiado ao PT e fazia uma comemoração com imagens e cores do partido.

Arruda não sobreviveu aos ferimentos e morreu. Guaranho está internado em estado grave, segundo a Polícia Civil do Paraná.

Mais cedo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Arruda, afirmando que o petista comemorava a chegada dos 50 anos "com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha". O guarda municipal deixou mulher e quatro filhos, incluindo um bebê.

"Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda", disse Lula.

Em nota, o PT lamentou a morte do guarda municipal e diz que tem alertado sobre a escalada de perseguição a parlamentares e filiados a legendas de esquerda no país.

"Embalados por um discurso de ódio e perigosamente armados pela política oficial do atual Presidente da República, que estimula cotidianamente o enfrentamento, o conflito, o ataque a adversários, quaisquer pessoas ensandecidas por esse projeto de morte e destruição vêm se transformando em agressores ou assassinos", disse o partido.

Procurado, o Palácio do Planalto não se manifestou sobre o episódio. Nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus filhos também não mencionaram o crime até a publicação deste texto.