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Bolsonaro ignora morte de petista e publica vídeo sobre ICMS e gasolina

Presidente Jair Bolsonaro (PL) - Isac Nóbrega/PR
Presidente Jair Bolsonaro (PL) Imagem: Isac Nóbrega/PR

Do UOL, em São Paulo

10/07/2022 18h04Atualizada em 10/07/2022 20h21

Durante a manhã e a tarde deste domingo (10), o presidente Jair Bolsonaro (PL) ignorou o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, que era filiado ao PT, por um bolsonarista. Por volta de 17h, postou um vídeo sobre o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e o preço dos combustíveis.

Na postagem, Bolsonaro aparece em um posto de gasolina em São Paulo conversando com pessoas e perguntando sobre a queda no valor do litro.

Já às 19h15, Bolsonaro fez uma série de posts no Twitter sobre o crime. Mas, em vez de prestar solidariedade à família da vítima, disse que dispensa apoio de quem pratica violência e que é a esquerda que é violenta.

Arruda foi assassinado em Foz do Iguaçu (PR) pelo agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho, durante sua festa de aniversário de 50 anos. A comemoração tinha como tema e decoração bandeiras do PT e a foto do ex-presidente e pré-candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo testemunhas, o agente penitenciário invadiu a festa e começou a xingar quem estava na festa e a gritar "aqui é Bolsonaro". Ele saiu e, entre 15 e 20 minutos depois, voltou e atirou em Arruda, que revidou. O guarda morreu e Guaranho foi levado a um hospital, onde segue internado em estado grave, segundo a polícia.

Deputados e senadores apoiadores do presidente também não comentaram o caso até o fechamento deste texto. Mas outros políticos se manifestaram nas redes sociais neste domingo (10).

O ex-presidente Lula também lamentou a situação e disse que o caso é resultado de "um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável". No Twitter, o petista disse que Arruda comemorava o aniversário "com a alegria de um pai que acabou de ter mais uma filha". O guarda municipal deixou mulher e quatro filhos, incluindo um bebê.

"Uma pessoa, por intolerância, ameaçou e depois atirou nele, que se defendeu e evitou uma tragédia maior. Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda", disse Lula.