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Dois a cada três eleitores desaprovam trabalho dos deputados, aponta Quaest

Fachada do Congresso Nacional, sede da Câmara e do Senado - Roque de Sá / Agência Senado
Fachada do Congresso Nacional, sede da Câmara e do Senado Imagem: Roque de Sá / Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

12/07/2022 16h14Atualizada em 12/07/2022 16h14

Dois terços dos eleitores do Brasil (66%) não aprovam o trabalho realizado na Câmara dos Deputados. No entanto, 66% dos entrevistados disseram não lembrar como votou em 2018 para o poder legislativo. As informações são de uma pesquisa da Quaest feita a pedido da escola de formação política RenovaBR.

Ainda segundo a pesquisa, 19% das pessoas ou votaram branco e nulo ou sequer foram votar nas últimas eleições federais. Apenas 15% lembravam no candidato ou legenda escolhida.

A reprovação do Senado e da Câmara são similares, sendo 63% e 66%, respectivamente.

Quando perguntados sobre o que achavam dos políticos de maneira geral, os eleitores demonstram ainda mais insatisfação: 73% reprovam. 86% acreditam que caso houvesse uma renovação grande no Congresso nas eleições deste ano, essa mudança seria positiva. 5% ficaram indiferentes e somente 6% acreditariam que seria negativa.

A escolha do voto para deputados e senadores dividiu os entrevistados, pois 47% disseram que a fazem pelo menos um mês antes das eleições, mas 36% optam apenas uma semana antes de irem votar. Voto esse que nem sempre é feito de forma completamente consciente, afinal, 55% admitiu não saber o que faz um deputado federal.

Mesmo assim, quase metade (48%) disse levar em consideração as propostas feitas pelos candidatos e a regionalidade foi apontada por 32% dos eleitores, ou seja, quando há uma proximidade ou quando o político é da mesma cidade.

Influências na hora do voto

Outro fator na hora da tomada de decisão do voto são as opiniões de familiares. A pesquisa aferiu que 22% das pessoas dizem considerar muito a opinião dos parentes e 27%, considerar um pouco.

A família fica, então, a frente do apoio público dos próprios políticos. Isso porque, somente 19% disseram levar muito em consideração as opiniões dos candidatos a presidente, 17% dos prefeitos e 14% dos candidatos a governador.

Cada vez mais com relações próximas, as figuras religiosas vêm logo atrás e 11% dos eleitores levam bastante em consideração a opinião de padres, pastores e demais lideranças religiosas. Celebridades de TV, influencers e artistas aparecem com 4%, sendo a categoria menos ouvida quando o assunto é influenciar o voto.

Ainda que essa seja a média de todos aqueles que responderam a pesquisa, a região e a linha ideológica influencia no peso dado a cada opinião.

Os entrevistados que se consideram de direita, consideram bem mais a opinião de familiares, com 29%. Já os centristas são aqueles que dizem não considerarem opiniões e afirmam tomar as suas decisões de forma mais individual.

Quanto à regionalidade, no Norte e Nordeste os familiares são mais ouvidos com 31% e 26%, respectivamente. No Centro-Oeste, o peso mais forte é da opinião dos presidenciáveis, 28% disseram levar isso em consideração. No Sudeste, há empate na margem de erro entre os que consideram muito parentes (21%) e presidenciáveis (20%). Na região Sul três categorias dividem a liderança, praticamente empatadas. São elas: os candidatos apoiados por presidenciáveis, o apoio de prefeitos e o apoio de líderes religiosos.

A pesquisa ouviu de forma presencial 1.544 eleitores entre os dias 8 e 12 de junho. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos e o intervalo de confiança é de 95%, ou seja, em 100 cenários, a pesquisa retrata a realidade em 95 deles.