PGR contraria PF e pede arquivamento de ação da Lava Jato contra Calheiros
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu o arquivamento de um inquérito contra o senador Renan Calheiros (MDB), contrariando denúncias da PF (Polícia Federal). A investigação analisava supostos pagamentos de propina da antiga Odebrecht - atual Novonor - ao emedebista, com valores estimados em R$ 1 milhão.
Em julho do ano passado, a PF havia atribuído ao senador os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo a PGR, as provas não seriam suficientes para abrir uma denúncia contra Calheiros. "Diante da atual falta de perspectiva de obtenção de novos elementos que autorizem conclusão diversa, considerando que os fatos investigados remontam ao ano de 2012, forçoso reconhecer a ausência de justa causa para a ação penal", concluiu a responsável pela decisão, Lindôra Araújo, vice-procuradora-geral.
A contrariedade das conclusões se dá na comprovação do pagamento da propina, que segundo a PF estaria comprovada e havia sido mediada por um motorista de um operador do senador, feito em 2012 com dinheiro vivo. Essa linha tem como eixo o fato de no sistema de pagamentos da Odebrecht constar uma ordem de pagamento ao motorista em maio de 2012 e com o codinome "Justiça" atribuído a Renan Calheiros. A fragilidade desta tese ocorre pelo motorista em questão ter dito não se recordar de ter recebido alguma mala com dinheiro em depoimento à própria Polícia Federal.
A PGR nega que haja a comprovação desse pagamento e por isso optou por arquivar as denúncias.
Renan Calheiros, por sua vez, sempre negou ter cometido quaisquer irregularidades e apontou suposta motivação política por parte da Polícia Federal contra ele, como forma de represália por sua atuação na CPI da Covid, quando confrontou e antagonizou com o Governo Federal com relação à atuação na pandemia.
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