Lira classifica reação de Jefferson contra a PF como 'pico do absurdo'
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), principal aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso, usou hoje (23) as redes sociais para se manifestar sobre o episódio envolvendo a ordem de prisão contra o ex-deputado federal bolsonarista Roberto Jefferson (PTB).
No Twitter, Lira afirmou que a resistência de Jefferson para se entregar à polícia e os ataques armados feitos pelo ex-parlamentar contra os agentes federais "atingiram o pico do absurdo" e disse que não admitirá retrocessos à democracia.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes ordenou hoje (23) a revogação da prisão domiciliar de Jefferson e justificou que o ex-deputado cometeu "repetidas violações" e desrespeitou as medidas protetivas.
Além de Lira, o vice-presidente e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Hamilton Mourão (Republicanos), também criticou a resistência de Jefferson. Ele avaliou que o caso somente escalou porque o sistema de "freios e contrapesos" institucionais não está funcionando.
"Lamento as falas e repudio o episódio envolvendo o Sr. Roberto Jefferson. Tal estado de coisas acontece porque o sistema de freios e contrapesos não está funcionando", escreveu Mourão.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por sua vez, disse que é obrigação das instituições punir homens que ofendem mulheres. "O Estado democrático de Direito confere liberdades ao cidadão, jamais o direito de praticar crimes e violar direito alheio."
A DPU (Defensoria Pública da União) expressou "consternação" com o caso e prestou solidariedade aos policiais feridos. "Além de atentar contra homens e mulheres que apenas exerciam suas funções estabelecidas em lei, o ataque representa grave afronta ao Estado Democrático de Direito e incitação à violência contra instituições democráticas", diz a nota.
O que diz a decisão. No despacho, Moraes ordenou a prisão dele, além de autorizar a busca e apreensão e proibir o político de dar entrevistas. Jefferson é aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), que repudiou a reação do ex-deputado.
A decisão ocorreu um dia depois de Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia, do Supremo, e a comparar com "prostitutas", "vagabundas" e "arrombadas" em uma publicação na internet. Ele estava proibido de usar as redes sociais, justamente por outra ordem de Moraes.
O ministro citou ainda outros episódios de descumprimento por parte do ex-parlamentar, como receber visitas e passar orientações a dirigentes da legenda dele, o PTB, conceder entrevistas e compartilhar fake news que atingem a honorabilidade e a segurança do STF e de seus ministros, "atribuindo e/ou insinuando a prática de atos ilícitos".
Reação contra PF. Mais cedo, Roberto Jefferson reagiu com tiros contra agentes da PF (Polícia Federal) que cumpriam a decisão de Moraes de prendê-lo em sua casa, no Rio de Janeiro.
Segundo a PL, os agentes foram à casa de Jefferson para cumprir a ordem de prisão e ele reagiu à abordagem quando os agentes se preparavam para entrar na residência. Dois policiais, sendo uma mulher, foram atingidos por estilhaços, mas passam bem.
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