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Lula pode acabar com orçamento secreto, mas aos poucos, diz Kassab

Colaboração para o UOL

04/11/2022 08h46Atualizada em 04/11/2022 12h41

Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, disse que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode acabar com o orçamento secreto, mas ressaltou que a mudança deve acontecer aos poucos.

É possível acabar com o orçamento secreto, é possível promover um entendimento para que gradualmente se estabeleça condições para ter outra forma. Primeiro diminuindo o valor, definindo áreas específicas e, com o tempo, isso voltando para o Executivo.
Gilberto Kassab, em entrevista ao UOL News

O orçamento secreto facilita negociações do governo com as bancadas do Congresso Nacional porque é usado em troca de apoio político. Ganham prioridade na fila, por exemplo, políticos aliados de integrantes do governo federal.

Nos últimos meses, contudo, a verba se tornou central em escândalos de fraudes na compra de caminhões de lixo, ônibus escolares, tratores, ambulância, entre outros. O orçamento secreto é criticado pela falta de transparência e pela dificuldade de fiscalização sobre a execução do dinheiro.

"Nosso Legislativo precisa se reencontrar. Nossos parlamentares têm que deixar de ser despachantes de prefeitos e governadores para debater o Brasil. O Arthur Lira (PP-AL) tem uma oportunidade ímpar de liderar esse processo, que pode ser de transição", comentou Kassab, citando o presidente da Câmara dos Deputados.

Kassab buscará apoio do PT a Pacheco

Ao UOL News, o ex-ministro também disse que recebeu um convite para se reunir com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e que deve negociar um apoio ao governo de Lula.

Segundo ele, uma das condições será o apoio dos petistas à reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD) como presidente do Senado.

"Com certeza o acordo passará por isso, seja para recondução do Pacheco, seja para o apoio mútuo junto a nossos principais líderes do poder Executivo", afirmou Kassab, listando prefeitos e governadores do PSD.

Kassab diz acreditar que o PT aceitará essas condições.

"A recondução do Pacheco tem naturalidade, porque dois terços dos senadores continuam. Só renovou um terço. E o trânsito do Pacheco é muito grande, ele é muito respeitado por seu equilíbrio. Não vejo por que o governo Lula teria interesse em criar uma disputa no Senado".

Kassab também afirmou que não fará pedidos de cargo no governo Lula.

Kassab: Bolsonaro sai derrotado, mas como nome forte da direita

Kassab foi perguntado sobre como deve ser o futuro político de Jair Bolsonaro (PL). Ele analisou que o presidente sairá do cargo com força, mas poderá perdê-la com o tempo.

"Bolsonaro sai da eleição como o nome forte da direita. Desde Paulo Maluf a direita não tinha uma cara. Hoje tem: Jair Bolsonaro. O futuro dependerá dele. Sem governo, vai responder com sua conduta se vai ter força, se vai ser ouvido. Sai fortalecido, com quase 50% dos votos, mas daqui para frente só vai ter suas manifestações. Se for infeliz nas manifestações, vai perdendo musculatura a cada momento", concluiu Kassab.

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