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MPF ouve diretores da PRF sobre ações para conter atos de bolsonaristas

O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, durante entrevista coletiva sobre a Operação Eleições 2022 no segundo turno. - Marcelo Camargo/Agência Brasil
O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, durante entrevista coletiva sobre a Operação Eleições 2022 no segundo turno. Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

04/11/2022 11h49Atualizada em 04/11/2022 12h33

O Grupo de Apoio de procuradores do MPF (Ministério Público Federal) formado para acompanhar os casos de fechamento de rodovias no Distrito Federal recebeu hoje uma equipe de dirigentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para esclarecer quais ações têm sido adotadas para controlar os bloqueios em rodovias federais manifestantes por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que se opõe à eleição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No encontro, a PRF afirmou que tem tomado medidas para extinguir os bloqueios remanescentes no território nacional, disse que a recente liberação de recursos orçamentários viabilizou a movimentação de efetivo adequado e afirmou que foram realizadas 41 prisões no país relacionadas ao movimento e que vem trabalhando na identificação de eventuais lideranças envolvidas.

Nesta sexta-feira (4), a PRF informou que ainda há 15 interdições em cinco Estados provocadas por grupo que protesta contra resultado das eleições.

O MPF informou aos presentes os objetivos da requisição de instauração do Inquérito Policial noticiado na última quarta-feira (2) pela unidade e que investigará supostos crimes contra o funcionamento das instituições democráticas e prevaricação.

O órgão receberá e analisará documentos da PRF que registraram as medidas adotadas pela corporação frente às obstruções de rodovias nos últimos dias. "A reunião foi produtiva e conseguiu elucidar dúvidas dos integrantes do Grupo de Apoio Institucional do MPF no DF", concluíram os procuradores.

Na quarta, o órgão ministerial havia pedido a instauração de inquérito policial para investigar as condutas adotadas pelo diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, desde 30 de outubro, data das eleições. O pedido tramita sob regime de urgência.

O inquérito policial deverá investigar se os bloqueios de veículos realizados pela PRF em várias estradas, principalmente na região Nordeste, no dia da votação, respeitaram a legislação e se não constituíram ofensa ao livre exercício do direito de voto pelos cidadãos abordados.

Caso positivo, podem ficar caracterizados os crimes de prevaricação e de violência política. "Conforme amplamente divulgado na imprensa, as blitzs praticadas pela polícia não atenderam à ordem do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e teriam sido executadas sob orientação de ofício expedido pelo diretor-geral da PRF", afirmou o MPF em nota.

A investigação solicitada pelo MPF também verificará se houve omissão do diretor-geral da PRF em relação aos bloqueios criminosos de rodovias que estão ocorrendo em todo o país desde a divulgação do resultado das eleições. "O fato pode caracterizar prevaricação e participação, por omissão, nos crimes praticados pelos invasores das rodovias", disse o MPF.