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Ausente, Bolsonaro perde popularidade digital, mas mantém seguidores

Presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento no Palácio da Alvorada após o segundo turno eleitoral - Adriano Machado/Reuters
Presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento no Palácio da Alvorada após o segundo turno eleitoral Imagem: Adriano Machado/Reuters

Do UOL, em São Paulo

02/12/2022 16h20Atualizada em 02/12/2022 16h20

Após 21 dias sem posts, o presidente Jair Bolsonaro (PL) retomou esta semana as postagens no Twitter, Instagram e Facebook. Diferente das publicações anteriores ao segundo turno eleitoral, as redes sociais do chefe do Executivo deram espaço agora a novas fotos, todas sem legenda.

Em novembro, Bolsonaro publicou três vezes no Instagram e quatro no Twitter e Facebook, além de ter abandonado as tradicionais lives de quinta-feira após ser derrotado nas urnas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nos dois primeiros dias de dezembro, ele publicou uma foto por dia.

A ausência nas plataformas não se traduziu para perda de seguidores, mas resultou em queda no engajamento. Segundo levantamento da Quaest Pesquisa e Consultoria, em novembro Bolsonaro atingiu seu segundo pior IPD (Índice de Popularidade Digital) do ano em 25 de novembro. O índice é uma forma de medir o engajamento nas plataformas.

Neste dia, o presidente seguia em silêncio e, nas principais redes sociais, a mais atualizada era o Twitter, já que no dia 16 Bolsonaro publicou uma lista de plataformas alternativas em que prometeu mais atualizações, como Gettr e Kwai.

O único dia pior para o engajamento de Bolsonaro foi em 2 de janeiro, quando ele publicou pelo sétimo dia seguido sobre suas férias em Santa Catarina.

Dados apontam que o engajamento do presidente está começando a se recuperar, mas ainda não se compara ao primeiro semestre ou à época da campanha presidencial deste ano.

O uso das redes sociais é uma das marcas da eleição de Bolsonaro em 2018 e de todo seu governo, com destaque para a live semanal que, antes da derrota, foi cancelada poucas vezes e conduzida até em situações adversas, como de um quarto de hospital enquanto o chefe do Executivo usava uma sonda, em setembro de 2019.

Os filhos do presidente retomaram a rotina usual de uso das redes sociais, enquanto a primeira-dama, Michelle, continuou ativa nas redes sociais, especificamente no Instagram, onde agora frequentemente compartilha passagens bíblicas. Os posts dela envolvem textos em vez dos vídeos que antes postava nos stories, especialmente quando integrava a frente Mulheres Com Bolsonaro, junto a Damares.

Apesar da presença online dela, Michelle e Bolsonaro não têm falado durante suas raras aparições públicas. No meio tempo desde a derrota, o presidente tratou de uma ferida na perna, mas já se recuperou.

O abatimento dele, no entanto, ainda é uma preocupação para os aliados. Conforme publicou Chico Alves, colunista do UOL, a imagem mostrada ontem pela TV Brasil, em que generais do Exército prestam continência ao presidente, está circulando bastante nas redes sociais com o comentário irônico de que há um clima de "velório", pela expressão catatônica de Bolsonaro.

"Ele acreditava que haveria alguma mudança no quadro político, por conta das manifestações à porta dos quartéis e nas rodovias, mas acho que percebeu que não tem jeito", opinou à coluna um amigo do presidente que esteve com ele no último fim de semana, na formatura de cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no Rio, e que mantém contato frequente por telefone.

Além das redes e aparições públicas, as visitas do mandatário ao "cercadinho", local que concentrava seus apoiadores e por onde ele passava quase diariamente, também sumiram desde então.