Após cortes no MEC, ministro Victor Godoy desiste de ir a Paris
Após uma semana de idas e vindas de cortes milionários na Educação — que restou válido —, o ministro da Educação, Victor Godoy, informou que não vai a Paris (França) para participar de uma reunião sobre políticas educacionais da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), grupo econômico cujo convite é cobiçado pelo Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou hoje uma autorização para o afastamento do ministro da Educação, sem citar Godoy nominalmente, entre os dias 5 e 10 de dezembro. A viagem teria ônus — ou seja, custos — para o governo brasileiro, informa o despacho no DOU (Diário Oficial da União).
Em nota enviada ao UOL no final da manhã, o Ministério da Educação afirmou que, "após os recentes bloqueios no orçamento da Educação, no dia de ontem foram realizados levantamentos sobre os impactos nas ações e políticas educacionais e, em função disso, o ministro já havia decidido não comparecer à reunião a fim de buscar soluções junto ao Ministério da Economia em relação aos bloqueios e contingenciamento."
O MEC diz ainda que enviou uma solicitação à Presidência para a viagem do ministro no dia 25 de novembro de 2022, mas que isso foi feito antes do anúncio dos bloqueios.
Nos últimos dias, universidades federais e outros setores da Educação receberam informes de contingenciamento de valores — bloqueios imediatos feitos pelo Ministério da Economia — e viram a decisão cair em alguns dias. Depois, os bloqueios voltaram a valer novamente.
Entenda o vai e vem dos cortes. O MEC tinha travado R$ 1,4 bilhão na área da Educação, sendo R$ 344 milhões de universidades, na última segunda-feira (28).
A medida chamou a atenção por ter sido feita no meio da partida entre Brasil e Sérvia pela Copa do Mundo do Qatar.
Ontem, pela manhã, os R$ 344 milhões foram liberados para uso das instituições pelo Ministério da Educação.
Porém, antes que a verba pudesse ser usada para qualquer pagamento, o Ministério da Economia fez novo bloqueio no fim da tarde.
Cortes afetam diretamente sobrevivência das universidades. Segundo a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), o corte inviabiliza "as finanças de todas as instituições".
Muitas universidades já têm atrasado contas de luz e dizem que não tem como manter os serviços, bolsas e até pagamentos de salários com os cortes sucessivos promovidos pelo governo atual.
Reunião quer discutir como educação é essencial para o futuro. No site da OCDE, a descrição do evento afirma que serão discutidos temas para "conectar a agenda da educação com seu amplo impacto social e econômico". O tema do fórum é "Reconstruindo uma sociedade inclusiva e igualitária por meio da educação".
Uma das mesas quer discutir como investir em Educação é investir no futuro.
*Com informações da Agência Estado
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