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Chico Alves

REPORTAGEM

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Crescente abatimento de Bolsonaro preocupa amigos e aliados

1º.dez.22 - Generais do Exército prestam continência ao presidente Bolsonaro. em Brasília  - Estevam Costa / PR
1º.dez.22 - Generais do Exército prestam continência ao presidente Bolsonaro. em Brasília Imagem: Estevam Costa / PR

Colunista do UOL

02/12/2022 11h12Atualizada em 03/12/2022 15h20

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É cada vez maior a preocupação de amigos e aliados com o abatimento demonstrado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde a derrota no segundo turno da eleição, vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele vem demonstrando comportamento passivo, sem a energia ou as explosões de fúria que sempre foram características.

A imagem mostrada ontem pela TV Brasil (veja abaixo), em que generais do Exército prestam continência ao presidente, está circulando bastante nas redes sociais com o comentário irônico de que há um clima de "velório", pela expressão catatônica de Bolsonaro.

"Ele acreditava que haveria alguma mudança no quadro político, em razão das manifestações à porta dos quartéis e nas rodovias, mas acho que percebeu que não tem jeito", opinou à coluna um amigo do presidente que esteve com ele no último fim de semana, na formatura de cadetes da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), no Rio, e que mantém contato frequente por telefone.

1º.dez.22 - Generais do Exército prestam continência ao presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, em imagem transmitida pela TV Brasil  - Reprodução/TV Brasil - Reprodução/TV Brasil
1º.dez.22 - Generais prestam continência a Bolsonaro, em Brasília, em imagem transmitida pela TV Brasil
Imagem: Reprodução/TV Brasil

Vídeo captado na formatura da Aman mostra o vice-presidente e senador eleito Hamilton Mourão incentivando Bolsonaro a ir ao encontro dos apoiadores que estavam nas proximidades da formatura, algo que ele fez várias vezes nos quatro anos de mandato. O presidente, porém, saiu sem falar com os simpatizantes.

Desde o resultado do segundo turno, ele nunca mais encontrou com os visitantes à frente do Palácio da Alvorada, em Brasília, o chamado cercadinho.

Segundo pessoas próximas, a antecipação da diplomação de Lula, marcada para 12 de dezembro, fez Bolsonaro ficar ainda mais abatido. "À medida que a mudança de governo se aproxima, ele nota que a situação é irreversível", diz um político que esteve recentemente com o presidente. "A tristeza dele é preocupante, talvez seja caso médico".

Esse parlamentar diz acreditar que Bolsonaro teme "retaliações" do Poder Judiciário quando deixar a Presidência, especialmente por parte do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O próprio presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tem comentado nos bastidores que esperava de Bolsonaro uma postura mais ativa após a eleição, já que a ideia é que ele se torne uma espécie de líder popular da oposição. A passividade do presidente, no entanto, deixou os aliados sem saber o que fazer.

Amigos e parceiros políticos são unânimes em criticar a postura do filho 03, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que viajou para o Qatar para assistir a Copa do Mundo com a mulher, mesmo diante da situação difícil do pai.