De Miami, cantor gospel norte-americano estimula atos golpistas no Brasil
O cantor e influenciador norte-americano Jimmy Levy, 25, tem incentivado os atos bolsonaristas contra o resultado das eleições. No Instagram, onde tem 1,1 milhão de seguidores, o músico reproduziu notícias falsas de que presos pela invasão e depredação nas sedes dos Três Poderes foram mantidos em um "campo de concentração" e que uma idosa morreu no local —o que já foi desmentido.
O engajamento, todavia, não é só virtual. No início de dezembro, Levy foi a uma concentração de bolsonaristas em Miami e cantou músicas de louvor ao lado do jornalista Allan dos Santos, foragido do Brasil desde outubro de 2021.
Nas redes, Levy já afirmou que Bolsonaro é "um homem de Deus" e que Lula é filho do diabo. Nos dias que antecederam as cenas de vandalismo em Brasília, ele apareceu um vídeo com cantores gospel e outros influenciadores brasileiros para convocar um "encontro em massa" na Esplanada.
Conhecido após participar do programa American Idol, em 2019, Levy fez sucesso no Tik Tok e gosta de exibir prêmios que ganhou nos últimos anos, por bater marcas de audiência.
No Twitter, ele se define como "o cantor mais censurado do mundo". Com discurso alinhado à extrema-direita dos EUA, ele já encontrou o ex-presidente Donald Trump, faz declarações frequentes contra vacinas e uma alegada "sexualização das crianças", entre outras pautas.
Duante um ato bolsonarista em Miami, em 4 de dezembro, Levy cantou a paródia de uma música dele próprio, que fala na existência de uma guerra contra a religião e as tradições. Na versão parodiada, ele afirma que está em curso "uma guerra contra o Brasil".
Levy é próximo de evangélicos no Brasil e nos EUA. Em Orlando, na Flórida, ele encontrou a cantora gospel Bruna Karla, que tem 5,8 milhões de seguidores no Instagram, e escreveu que "um avivamento espiritual está acontecendo na indústria da música".
Um dia antes, Levy havia gravado um vídeo cantando ao lado de outra artista evangélica, Michelle Nascimento. Ele é próximo, ainda, da cantora gospel e influenciadora Fernanda Ôliver, que também convocou o ato na capital federal no último dia 8.
O UOL Notícias tentou contato com Levy por meio de mensagens no Instagram e no Facebook desde a última sexta (13), mas não teve retorno. Em suas redes, o cantor não disponibiliza nenhum número de contato pessoal ou empresarial.
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