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Damares diz que réu por bomba atuou em ministério, mas não foi seu assessor

Wellington Macedo  prestou serviços no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos - Reprodução
Wellington Macedo prestou serviços no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

16/01/2023 16h47Atualizada em 16/01/2023 17h33

Wellington Macedo, réu pela tentativa de explodir uma bomba perto do Aeroporto Internacional de Brasília, foi assessor do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, durante a gestão de Damares Alves.

Pelo Twitter, a ex-ministra e senadora eleita confirmou que o blogueiro bolsonarista foi assessor, mas disse que ele não atuava diretamente com ela.

Trabalhou na área de comunicação da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente que, inclusive, funcionava em prédio diferente do Gabinete Ministerial."
Damares Alves (Republicanos-DF)

A senadora eleita ainda disse repudiar "todas as tentativas levianas de associar minha imagem às ações dele e/ou do grupo ao qual faz parte", que seria de uma ala radical do bolsonarismo.

Segundo ela, Macedo "prestou serviços no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, entre janeiro e outubro de 2019, quando foi exonerado do cargo".

Cargo ocupado era de um dos níveis mais altos. Segundo a tabela de remuneração de cargos comissionados do governo federal, a remuneração para tal cargo é de R$ 10.373,30.

No Portal da Transparência, é possível observar que o ex-servidor recebeu, além dos salários, cerca de R$ 24 mil em pagamentos do Executivo federal, entre eles indenizações após a exoneração e pagamentos de diárias.

O mesmo site indica ainda que, meses após deixar o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, o blogueiro passou a receber auxílio emergencial —quatro parcelas de R$ 600, pagas em maio, junho, julho e setembro de 2020.

Já foi preso por ato antidemocrático. Em 2021, o ex-assessor foi preso pela Polícia Federal pela divulgação de "ato violento e antidemocrático", no inquérito aberto para investigar a organização de manifestações violentas no feriado de 7 de Setembro.

Ano passado, concorreu a um cargo na Câmara dos Deputados pelo PTB. Nas redes sociais, onde se apresenta como coordenador nacional da Marcha da Família, ele pedia votos exibindo uma tornozeleira eletrônica — medida imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, em substituição ao decreto de prisão no inquérito dos atos antidemocráticos.

Damares e Bolsonaro. Ela foi escolhida para o Ministério pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar de manter amizade próxima com Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, ela não recebeu apoio do então chefe do Executivo para a cadeira do Senado no Distrito Federal —Bolsonaro endossava a candidatura de Flávia Arruda (sem partido).

Que todas as denúncias sejam devidamente apuradas e que os culpados por atos ilegais sejam processados e julgados, nos termos da lei."

(Com Estadão Conteúdo)