Fala de Bolsonaro sobre yanomamis mostra resquício colonial, diz secretário
Em entrevista ao UOL News desta quarta, Eloy Terena, secretário executivo do Ministério dos Povos Indígenas, apontou a responsabilidade de Bolsonaro no drama vivido pelos yanomamis. Ele também criticou a fala do ex-presidente, que reforça uma visão antiquada e estereotipada dos povos originários.
Esse tipo de resposta reflete um resquício colonial que está presente no imaginário de muitos brasileiros, de que indígena é coisa do passado e ficou preso nos livros de história da 4ª série. Ao usar esse discurso, ele tenta deslegitimar uma reivindicação étnica e legítima dos povos indígenas. Eloy Terena, secretário executivo do Ministério dos Povos Indígenas
O governo de Jair Bolsonaro (PL) recebeu diversos alertas sobre a gravidade da situação do povo yanomami, tanto de entidades nacionais quanto internacionais. O ex-presidente, que classificou a crise humanitária como "farsa da esquerda", negou ter agido com descaso e afirmou que, em visita à região em 2021, os indígenas pediram internet - para ele, um sinal de que não havia problemas por ali.
Incentivo ao garimpo e veto à ajuda humanitária agravaram crise dos yanomamis, diz secretário
Terena reforçou que ações promovidas durante o governo de Jair Bolsonaro, como favorecer a ação indiscriminada de garimpeiros ilegais, tiveram influência decisiva no agravamento da crise dos yanomamis. Ele também citou Damares Alves, ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos como responsável pelo quadro de descaso.
Na gestão Bolsonaro, há uma conduta proativa e expressiva de, além de negar a proteção, incentivar o garimpo naquelas terras indígenas. Ainda no período dele e da ministra Damares, houve veto à ajuda humanitária aos povos. Há um divisor de águas nesse sentido. Há um conjunto de condutas dolosas com a intenção de prejudicar.
Josias: Bolsonaro é mistura nefasta de ignorância com empulhação política
Para Josias de Souza, Bolsonaro precisa ser responsabilizado pela grave crise dos yanomamis, que pode ser classificada como um genocídio. O colunista criticou a postura do ex-presidente ao ignorar a situação e desviar o foco.
Há no Bolsonaro uma mistura muito nefasta de ignorância pessoal com empulhação política. Sempre que ele tenta se apropriar de uma notícia, os fatos se perdem para sempre quando envolvem crimes que podem encrencá-lo com o Judiciário. Quando é confrontado com uma realidade que diz a ele, Bolsonaro foge. Josias de Souza, colunista do UOL
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