Com Manuela e Felipe Neto, governo cria grupo contra discurso de ódio
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania criou um grupo de trabalho contra o discurso de ódio e o extremismo.
O que aconteceu
- O grupo é composto por 29 pessoas -- cinco representantes do ministério e 24 da sociedade civil.
- A ex-deputada Manuela d'Ávila (PCdoB) presidirá o grupo, e o influenciador Felipe Neto é um dos integrantes. A jornalista da Folha de S. Paulo Patricia Campos Mello e o epidemiologista Pedro Hallal também fazem parte.
- A participação no grupo é não remunerada --será considerada prestação de serviço público relevante. O grupo terá duração de 180 dias, prorrogáveis se necessário.
A portaria com a criação foi publicada pelo governo Lula na edição de hoje do Diário Oficial.
O que explica isso
- O objetivo é apresentar "estratégias de combate ao discurso de ódio e ao extremismo". Os integrantes também terão que propor políticas públicas em direitos humanos sobre o tema.
- Parte do grupo já foi alvo de ameaças ou perseguição. Manuela d'Ávila e Felipe Neto também tiveram familiares ameaçados.
O que eles disseram
Felipe Neto criticou hoje a falta de transparência de plataformas digitais. Ele participou da abertura de uma conferência mundial sobre desinformação, na capital francesa, e cobrou respostas por parte das empresas.
O que vocês estas fazendo e como estão dormindo pela noite? Como falam de direitos humanos e usam radicalização para lucrar?" Felipe Neto
O influenciador contou como foi alvo de ataques por parte do governo de Jair Bolsonaro. "Usaram tática de guerra para me desacreditar e me silenciar."
Segundo ele, a ofensiva continua, mesmo depois da eleição.
Eles estão mais bravos e tentando silenciar todos os que têm um pouco de razão."
Manuela d'Ávila já denunciou ataques e ameaças de morte que sofreu pela internet. Em agosto de 2022, ela divulgou um print, no qual é xingada, ameaçada de morte e estupro.
Hoje, a ex-deputada federal e atual doutoranda em Políticas Públicas comentou sobre sua nomeação para o grupo:
A missão que recebi me recoloca na linha de frente do combate ao ódio. As razões desse esforço são óbvias: não é fácil ser vítima dos ataques dessas máquinas que constroem e distribuem ódio e intolerância."
Manuela d'Ávila
Também estão no grupo:
- Camilo Onoda Caldas, advogado, como relator;
- Christian Ingo Lenz Dunker, psicanalista;
- Débora Diniz Rodrigues, antropóloga;
- Esther Solano, doutora em ciências sociais;
- Felippe Mendonça, advogado;
- Guilherme Stolle Paixão e Casarões, doutor em ciência política;
- João Cezar de Castro Rocha, escritor e historiador;
- Isabela Oliveira Kalil, doutora em antropologia social;
- Letícia Maria Costa da Nobrega Cesarino, doutora em antropologia sociocultural;
- Dolores Aronovich Aguero, professora universitária e ativista feminista;
- Lusmarina Campos Garcia, teóloga;
- Magali do Nascimento Cunha; doutora em ciências da comunicação;
- Marcos Xururu, cacique do povo indígena;
- Michel Gherman, doutor em história social;
- Nina Santos, pesquisadora em comunicação;
- Rosane da Silva Borges, jornalista e doutora em comunicação e linguagem;
- Ricardo Campos;
- Ronilso Pacheco, teólogo;
- Rosana Pinheiro-Machado, antropóloga;
- Rodney William Eugênio, doutor em ciências sociais.
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