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Com Manuela e Felipe Neto, governo cria grupo contra discurso de ódio

Manuela d"Ávila e Felipe Neto integram grupo contra discurso de ódio criado pelo governo Lula - Reprodução/Instagram
Manuela d'Ávila e Felipe Neto integram grupo contra discurso de ódio criado pelo governo Lula Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

22/02/2023 07h35Atualizada em 22/02/2023 15h35

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania criou um grupo de trabalho contra o discurso de ódio e o extremismo.

O que aconteceu

  • O grupo é composto por 29 pessoas -- cinco representantes do ministério e 24 da sociedade civil.
  • A ex-deputada Manuela d'Ávila (PCdoB) presidirá o grupo, e o influenciador Felipe Neto é um dos integrantes. A jornalista da Folha de S. Paulo Patricia Campos Mello e o epidemiologista Pedro Hallal também fazem parte.
  • A participação no grupo é não remunerada --será considerada prestação de serviço público relevante. O grupo terá duração de 180 dias, prorrogáveis se necessário.

A portaria com a criação foi publicada pelo governo Lula na edição de hoje do Diário Oficial.

O que explica isso

  • O objetivo é apresentar "estratégias de combate ao discurso de ódio e ao extremismo". Os integrantes também terão que propor políticas públicas em direitos humanos sobre o tema.
  • Parte do grupo já foi alvo de ameaças ou perseguição. Manuela d'Ávila e Felipe Neto também tiveram familiares ameaçados.

O que eles disseram

Felipe Neto criticou hoje a falta de transparência de plataformas digitais. Ele participou da abertura de uma conferência mundial sobre desinformação, na capital francesa, e cobrou respostas por parte das empresas.

O que vocês estas fazendo e como estão dormindo pela noite? Como falam de direitos humanos e usam radicalização para lucrar?" Felipe Neto

O influenciador contou como foi alvo de ataques por parte do governo de Jair Bolsonaro. "Usaram tática de guerra para me desacreditar e me silenciar."

Segundo ele, a ofensiva continua, mesmo depois da eleição.

Eles estão mais bravos e tentando silenciar todos os que têm um pouco de razão."

Manuela d'Ávila já denunciou ataques e ameaças de morte que sofreu pela internet. Em agosto de 2022, ela divulgou um print, no qual é xingada, ameaçada de morte e estupro.

Hoje, a ex-deputada federal e atual doutoranda em Políticas Públicas comentou sobre sua nomeação para o grupo:

A missão que recebi me recoloca na linha de frente do combate ao ódio. As razões desse esforço são óbvias: não é fácil ser vítima dos ataques dessas máquinas que constroem e distribuem ódio e intolerância."
Manuela d'Ávila

Também estão no grupo:

  • Camilo Onoda Caldas, advogado, como relator;
  • Christian Ingo Lenz Dunker, psicanalista;
  • Débora Diniz Rodrigues, antropóloga;
  • Esther Solano, doutora em ciências sociais;
  • Felippe Mendonça, advogado;
  • Guilherme Stolle Paixão e Casarões, doutor em ciência política;
  • João Cezar de Castro Rocha, escritor e historiador;
  • Isabela Oliveira Kalil, doutora em antropologia social;
  • Letícia Maria Costa da Nobrega Cesarino, doutora em antropologia sociocultural;
  • Dolores Aronovich Aguero, professora universitária e ativista feminista;
  • Lusmarina Campos Garcia, teóloga;
  • Magali do Nascimento Cunha; doutora em ciências da comunicação;
  • Marcos Xururu, cacique do povo indígena;
  • Michel Gherman, doutor em história social;
  • Nina Santos, pesquisadora em comunicação;
  • Rosane da Silva Borges, jornalista e doutora em comunicação e linguagem;
  • Ricardo Campos;
  • Ronilso Pacheco, teólogo;
  • Rosana Pinheiro-Machado, antropóloga;
  • Rodney William Eugênio, doutor em ciências sociais.